21 fevereiro 2019

Filha de peixe


Pode Mariana Vieira da Costa ter qualidades intrínsecas que justifiquem a sua “carreira” e recente nomeação ministerial. No entanto, o facto de ser filha de um notável que por acaso também é atualmente ministro, coloca-a sob escrutínio especial.

Pode até haver ministros e outros que tais menos capazes, mas o CV da recém-nomeada é eloquente. Nunca trabalhou fora da esfera política e para-política e, obviamente, esse percurso será em grande parte devido à sua proximidade com uma elite, que assim se perpetua em consanguinidade cultural e social.

Mas há pior do que esse simples definhamento de meio fechado. Há a questão de gente como a nova ministra nunca terem vivido a vida dos que são supostos governar. Nunca tiveram que lutar por um posto de trabalho a sério como a esmagadora maioria da população. Nunca tiveram contacto com a efetiva criação de valor, porque antes de distribuir é necessário criar. Não viveram nem sofreram os riscos do empreendorismo, por mais pequeno que seja, e têm uma visão da meritocracia distorcida. É pobre e empobrecedor.

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