Recordo-me de há uns anos largos atrás um importante incêndio florestal ter ocorrido em Maio e o ministro da tutela se ter desculpado pelo facto de este ter vindo antes da época oficial. Atendendo ao que se passa este ano, fico com uma certeza muito firme de que a época de incêndios se inicia na realidade quando a comunicação social pega assunto e começa a passar imagens sugestivas. Aí a coisa multiplica-se de forma assombrosa. Julgo que vale a pena reflectir e regulamentar algum tipo de restrições à divulgação das imagens dos fogos.
Sobre os bombeiros mortos, este ano, há algo de estranho. Os casos fatais anteriores de que me recordo são passados com “grupos” de bombeiros apanhados de surpresa. Esta situação actual de serem individualmente vitimados é nova, estranha e merecia alguma reflexão. O que há/houve de novo este ano para tal ocorrer? A formação que receberam foi a adequada? Há uma diferença entre voluntariado e voluntarismo. A complexidade do combate aos fogos florestais justifica certamente um alto grau de profissionalismo e, também, se existe uma instituição encarregada e paga para defender o país, este é provavelmente um campo que justifica a sua intervenção.
A afirmação de um responsável do sector, aparentemente suportada nas tais imagens da televisão, de que para evitar mortes é melhor deixar arder, é também muito estranha. Em primeiro lugar, é óbvio que em certas situações é necessário deixar arder uma parte para confinar o incêndio, sem que isso configure abandonar o fogo. Mas, se os bombeiros se expuseram onde não deviam, a culpa é do Ministro? Em segundo lugar, traduz uma lógica de valores no mínimo incompatível com a floresta. Uma boa floresta perdida pode ter muito mais valor e ser muito mais difícil de repor do que uma casa.
Com o devido respeito pelo esforço de quem lá está e os pêsames pelos perdidos, há aqui coisas que não estão bem e que não estão a ser devidamente analisadas. E, se não for pedir muito, que se pense no assunto antes da próxima época mediática de fogos.
Sobre os bombeiros mortos, este ano, há algo de estranho. Os casos fatais anteriores de que me recordo são passados com “grupos” de bombeiros apanhados de surpresa. Esta situação actual de serem individualmente vitimados é nova, estranha e merecia alguma reflexão. O que há/houve de novo este ano para tal ocorrer? A formação que receberam foi a adequada? Há uma diferença entre voluntariado e voluntarismo. A complexidade do combate aos fogos florestais justifica certamente um alto grau de profissionalismo e, também, se existe uma instituição encarregada e paga para defender o país, este é provavelmente um campo que justifica a sua intervenção.
A afirmação de um responsável do sector, aparentemente suportada nas tais imagens da televisão, de que para evitar mortes é melhor deixar arder, é também muito estranha. Em primeiro lugar, é óbvio que em certas situações é necessário deixar arder uma parte para confinar o incêndio, sem que isso configure abandonar o fogo. Mas, se os bombeiros se expuseram onde não deviam, a culpa é do Ministro? Em segundo lugar, traduz uma lógica de valores no mínimo incompatível com a floresta. Uma boa floresta perdida pode ter muito mais valor e ser muito mais difícil de repor do que uma casa.
Com o devido respeito pelo esforço de quem lá está e os pêsames pelos perdidos, há aqui coisas que não estão bem e que não estão a ser devidamente analisadas. E, se não for pedir muito, que se pense no assunto antes da próxima época mediática de fogos.
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