26 setembro 2011

Gerir as excepções

Não entendo muito de economia mas tenho alguma experiência de análise e desenho de sistemas. E toda a gente com essa experiência sabe que o difícil não é implementar o processo principal, a forma como as coisas correm normalmente. O complicado, e que é até dá bastante trabalho, é imaginar e prever as situações excepcionais e a forma de as gerir. Não importa que a probabilidade seja baixa ou baixíssima. O que pode acontecer acaba sempre por acontecer um dia e se o sistema não o tiver previsto, aterra.

Nesta nossa Europa e neste nosso Euro parece que estamos face a um problema de ter sucedido algo absolutamente imprevisto, não existindo procedimento para lidar com essa excepção. O habitual nesses momentos é assumir que estamos em crise, entrar em gestão de crise e alguém liderar claramente, tomando em devido tempo as decisões necessárias por muito drásticas que sejam, dar o peito às balas e, sobretudo, não assobiar para o lado, especialmente quando se está face a um problema que o tempo não resolve, mas que, pelo contrário, agrava.

Se os líderes e construtores (?) desta Europa não se preocuparam em pensar demasiado em cenários problemáticos isso pode ter sido excesso de optimismo ou... incompetência. Agora, ao fim de todos estes meses, que os actuais continuem como baratas tontas sem verdadeira capacidade de lidar com o problema significa que são intrinsecamente incompetentes ou… excessivamente formatados para o objectivo de ganhar eleições e “liderar” apenas em tempo de bonança.

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