02 junho 2011

Campanha para quê ?

Se há uma campanha que merecia e devia ter sido diferente, seria esta, por vários motivos e destacando especialmente o facto de estarmos em pré-falência e metade do programa de governo estar já feito e aprovado no tal documento da troika. O que é que vimos? Aqueles que disputam a vitória fazerem um verdadeiro concurso de caneladas, a ver quem pisa a canela do outro com mais intensidade; aquele que sente que de uma forma ou outra vai chegar ao poder não consegue disfarçar o seu contentamento, não importa que chapéu, boné ou boina tenha enfiado; aqueles que sabem e/ou não querem correr o risco de ter mesmo que governar lá vão debitando e ideias e utopias, como, por exemplo, o falido falar grosso ao banco, mesmo antes de este lhe ter aprovado o empréstimo que o salvará da falência.

Para que servem os comícios, almoços, jantares, arruadas e beijinhos em feiras e em tascas? Para cada qual, no seu partido, fazer a festa e mobilizar o seu aparelho e animar os seus simpatizantes? Ainda por cima gasta-se dinheiro causando algum stress nas finanças dos partidos com soluções muitas vezes no limite… Se é pela festa basta uma anual no verão! Para o eleitorado em geral este carnaval acrescenta muito pouco.

Em resumo, em geral e muito especialmente nesta vez, uma campanha destas não serve para nada. Coloquem os líderes dos partidos, assessorados da forma que entenderem, em fóruns públicos com especialistas que os questionem abertamente e os forcem a responder às questões fulcrais: de que forma realmente pensam governar e abordar e resolver (ou tentar resolver) os gravíssimos problemas que temos pela frente. Seria muito mais útil, esclarecedor e até barato do que este carnaval fora de tempo.

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