06 junho 2011

Pós - reflexão

Afinal o eleitorado não estava assim tão perdido quanto as sondagens pareciam manifestar. A diferença real entre o PSD e o PS é a normal e a expectável para as circunstâncias. Penso que as ameaças de empate das sondagens tiverem uma explicação: o eleitorado crítico e que define o resultado (há quem lhes chame flutuante, mas enfim, o que flutua são as rolhas, estes estão ancorados numa análise não clubista da capacidade de governação dos candidatos) demorou demasiado tempo a definir a sua tendência e, apesar de todas as dúvidas, acabou por dar o seu voto ao PSD. Está claro.

Duas notas negativas. Contra toda a expectativa, a incapacidade de o CDS subir francamente como parecia previsível - talvez uma lição para Paulo Portas pensar em reduzir a taxa de utilização da sua caixinha de alfinetes com que gosta de presentear os seus adversários e até mesmo potencial parceiros. Na sua ânsia de marcar pontos ao PSD ele exagerou, ver o infeliz debate com Passos Coelho, e acabou por criar desconfiança aos potenciais eleitores migrantes de todos os quadrantes. Depois o Bloco: aquela coisa chique tão cheia de nada terá finalmente começado o caminho de regresso à sua dimensão nuclear? Um Acácio Barreiros ou um Major Tomé que lá estão no Parlamento para apresentar de vez em quando uns discursos politicamente incorrectos e necessários, mas que obviamente não conseguem credibilidade alguma para um trabalho de governação construtivo?

E do PC/CDU nada a acrescentar, como sempre.

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