Desta vez é o Haiti que está no foco mediático global. Este texto é politicamente incorrecto, mas quero começar por deixar claro que não estão em causa o pesar e a solidariedade que a dimensão humana da tragédia desperta, nem criticar a oportunidade ou a modalidade da ajuda humanitária global em curso. Longe disso.
A incorrecção vem de uma reflexão sobre um certo sentimento de culpa que se instala nestes momentos no primeiro mundo relativamente à pobreza e à fome no mundo. A fome e a pobreza não são relativas. Para cada ser humano por elas afectado as consequências são muito concretas. Agora, o que também é verdade é que uma boa parte dessa miséria tem factores endógenos. O caso concreto do próprio Haiti comparado com a Dominicana com quem partilha o mesmo meio natural é expressivo. Será o “primeiro mundo” responsável por essa diferença?
O Ruanda é um exemplo eloquente. Há menos de 20 foi arrasado por uma barbaridade que deixou profundas cicatrizes materiais e sociais. Sem recursos naturais significativos tinha todas as “condições e justificações” para continuar no caos mas hoje é um exemplo. Liderado por Paul Kamage conseguiu pacificar-se, estruturar-se, reconstruir-se e içar-se brilhantemente para os lugares cimeiros dos índices de desenvolvimento social em África!
Existem no mundo milhões de seres humanos impossibilitados de viverem com um mínimo de dignidade por razões que não são condições climatéricas adversas, meio ambiente hostil ou ingerências externas. Uma grande parte da pobreza no mundo é devida a má governação com os vários ingredientes que a mesma comporta.
Obviamente que o princípio da “soberania dos povos” limita a ingerência externa disciplinadora para os governantes incompetentes no sentido lato da palavra. No entanto, da mesma forma como há crimes contra a humanidade em cenários de guerra, não poderia haver lugar a uma figura penal para estes casos em que a paz é apenas formal?
Dentro do cenário da diferença entre o “dar um peixe ou ensinar a pescar”, a ajuda humanitária é apenas o dar o peixe para as necessidades imediatas. O resto passará por “ingerência externa” e responsabilização penal dos criminosos. A caridade não chega.
A incorrecção vem de uma reflexão sobre um certo sentimento de culpa que se instala nestes momentos no primeiro mundo relativamente à pobreza e à fome no mundo. A fome e a pobreza não são relativas. Para cada ser humano por elas afectado as consequências são muito concretas. Agora, o que também é verdade é que uma boa parte dessa miséria tem factores endógenos. O caso concreto do próprio Haiti comparado com a Dominicana com quem partilha o mesmo meio natural é expressivo. Será o “primeiro mundo” responsável por essa diferença?
O Ruanda é um exemplo eloquente. Há menos de 20 foi arrasado por uma barbaridade que deixou profundas cicatrizes materiais e sociais. Sem recursos naturais significativos tinha todas as “condições e justificações” para continuar no caos mas hoje é um exemplo. Liderado por Paul Kamage conseguiu pacificar-se, estruturar-se, reconstruir-se e içar-se brilhantemente para os lugares cimeiros dos índices de desenvolvimento social em África!
Existem no mundo milhões de seres humanos impossibilitados de viverem com um mínimo de dignidade por razões que não são condições climatéricas adversas, meio ambiente hostil ou ingerências externas. Uma grande parte da pobreza no mundo é devida a má governação com os vários ingredientes que a mesma comporta.
Obviamente que o princípio da “soberania dos povos” limita a ingerência externa disciplinadora para os governantes incompetentes no sentido lato da palavra. No entanto, da mesma forma como há crimes contra a humanidade em cenários de guerra, não poderia haver lugar a uma figura penal para estes casos em que a paz é apenas formal?
Dentro do cenário da diferença entre o “dar um peixe ou ensinar a pescar”, a ajuda humanitária é apenas o dar o peixe para as necessidades imediatas. O resto passará por “ingerência externa” e responsabilização penal dos criminosos. A caridade não chega.
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