13 janeiro 2010

Casais e famílias

Parece-me defensável que dois homossexuais possam ter um contrato social que enquadre a sua partilha de vida, estabeleça direitos e obrigações mútuos, regulamente partilhas e heranças e outras coisas desse género. Aliás até nem me chocaria demasiado que 3 ou 4 pessoas, maiores e vacinados, decidissem constituir uma “família”, independentemente do respectivo sexo e orientação, originais ou modificados.

Quanto à adopção, a esfera é outra: a avaliação determinante é no ponto de vista do adoptado. Por isso, quando se começa a discussão falando no “direito à adopção”, já se está a entrar pelo mau caminho, com os papeis secundários a roubarem o palco aos protagonistas.

É que pela mesmíssima ordem de razões, não vejo nenhum motivo racional para não legalizar também a poligamia e respectivo direito à adopção. Se não há problema em ter dois pais ou duas mães, qual o problema de ter um pai e duas mães, ou duas mães e um pai? Seria uma restrição discriminatória, anticonstitucional e, inclusive, antidemocrática, considerando que presumivelmente há muito mais gente com inclinação sexual “poli” do que “homo”! A diferença é que o “poli” é socialmente condenável e considerado retrógrado enquanto o “homo” deixou de ser censurável e passou mesmo a ser sinónimo de modernidade.

A heterodoxia no relacionamento entre adultos é uma coisa que choca mais ou menos conforme o contexto e, talvez, o hábito (eu nunca me irei habituar ao mau gosto horrível das paradas gay). Quanto a menores a história é outra. Não ter pai nem mãe é uma coisa, mas ter dois pais ou ter duas mães não é normal. As relações afectivas com pai e com mãe têm diferenças concretas, função do sexo real do progenitor. Os técnicos, pedopsiquiatrias e até psicanalistas, poderão esclarecer com rigor e fundamento, se quiserem, mas falar disso não está “in”...

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