Bem-vindos! Bem-vindos a este círculo dos compulsivos. Todos temos pulsões e compulsões, apenas a sua natureza e ponderação muda. Se as misturarmos e as distribuímos na boa medida, seremos todos normais.
- Eu, eu tenho a compulsão de olhar para a televisão em qualquer lugar. Na cozinha, na sala, no quarto de dormir, no de banho. Já instalei uma, é ilegal eu sei, no carro e agora tenho uma portátil na bolsa que vai zumbindo enquanto caminho e, de vez em quando, paro e pego nela para ver o que está a dar.
-Eu – desta vez um homem – tenho a compulsão de... de... como dizer assim em público – e ruborizava – como dizer... Acho demasiadas mulheres demasiado atraentes e penso .. penso.. penso...
- Eu – dizia uma coquete com um toque de desprezo apelativo dirigido ao anterior interveniente – eu não passo um dia sem comprar uma coisa de que gosto. Uma loja, uma montra... ai, ai, ai!...lá me apaixono sempre.
- Eu – novamente no masculino – eu, eu não consigo ver um automóvel à minha frente sem ter o impulso de o ultrapassar!
Sonolento ele via passar um desfile de pancadas banais e menores, desligando detalhes. Não é que quisesse mesmo ser normal, normal. Apenas um pouco menos compulsivo. Ia divagando e imaginando coisas normais até o moderador o acusar de estar a quebrar o círculo. Foi nessa altura que ela falou. Aliás, era das pessoas que para muita coisa nem necessitava de falar. Um simples olhar colocado e tudo parava à sua volta.
- Eu – dizia ela – não consigo ver um papel sem desenhar. Guardanapo, jornal, livro, embalagem. Em todos eles me debruço e me despejo.
A senhora das compras perguntou se ela também riscava catálogos de lojas e a da televisão reconhecia que também gostava de pôr estrelas no guia da TV, conforme a sua avaliação dos programas que via.
Ela não respondeu e olhou para ele passando-lhe, inapelável, a palavra.
- Eu, eu tenho a compulsão de olhar para a televisão em qualquer lugar. Na cozinha, na sala, no quarto de dormir, no de banho. Já instalei uma, é ilegal eu sei, no carro e agora tenho uma portátil na bolsa que vai zumbindo enquanto caminho e, de vez em quando, paro e pego nela para ver o que está a dar.
-Eu – desta vez um homem – tenho a compulsão de... de... como dizer assim em público – e ruborizava – como dizer... Acho demasiadas mulheres demasiado atraentes e penso .. penso.. penso...
- Eu – dizia uma coquete com um toque de desprezo apelativo dirigido ao anterior interveniente – eu não passo um dia sem comprar uma coisa de que gosto. Uma loja, uma montra... ai, ai, ai!...lá me apaixono sempre.
- Eu – novamente no masculino – eu, eu não consigo ver um automóvel à minha frente sem ter o impulso de o ultrapassar!
Sonolento ele via passar um desfile de pancadas banais e menores, desligando detalhes. Não é que quisesse mesmo ser normal, normal. Apenas um pouco menos compulsivo. Ia divagando e imaginando coisas normais até o moderador o acusar de estar a quebrar o círculo. Foi nessa altura que ela falou. Aliás, era das pessoas que para muita coisa nem necessitava de falar. Um simples olhar colocado e tudo parava à sua volta.
- Eu – dizia ela – não consigo ver um papel sem desenhar. Guardanapo, jornal, livro, embalagem. Em todos eles me debruço e me despejo.
A senhora das compras perguntou se ela também riscava catálogos de lojas e a da televisão reconhecia que também gostava de pôr estrelas no guia da TV, conforme a sua avaliação dos programas que via.
Ela não respondeu e olhou para ele passando-lhe, inapelável, a palavra.
Continua para
1 comentário:
Isto não se faz...
HP
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