Não sou grande apologista de efemérides que nos tocam à campainha para nos recordarem coisas importantes. Acho que não necessitamos de andorinhas para nos lembrarmos da Primavera. Há alguns casos, porém, em que a efeméride nos cai bem, como quem diz “ainda bem que nos lembram disto!”.
Um desses casos gratos é a evocação dos 25 anos da morte de Adriano Correia de Oliveira. Apesar de não ter perdido o hábito de, de vez em quando, ouvir a “Canção com Lágrimas” e companhia, sabe bem parar por um momento e pensar na beleza da obra e na dimensão cultural deste cantante.
Fica, no entanto, algo de amargo na boca ao ouvir tanta unanimidade elogiosa de tantos amigos de Adriano. Tanta evocação da sua grandeza de alma e generosidade cai mal. E cai mal porque Adriano morreu amargurado e destruído, e com tal intensidade que o corpo seguiu rapidamente a morte do espírito, com apenas 40 anos de idade.
Ao falar hoje de Adriano, seria útil e didáctico não ficar só pelas consensuais, grandiloquentes e panegíricas afirmações politicamente correctas. Deveria ser também referido o lado “B” da história em que, na ressaca do 25 de Abril, um nobre de espírito dedicado a uma causa, vê-a ruir e vê-se ser excluído. Aqueles “amigos e companheiros de estrada” que lhe voltaram as costas e o viram partir pária para o buraco donde não regressou, deviam humildemente tomar a palavra e dizer qualquer coisa sobre isso. Indubitavelmente que ele o merece.
Um desses casos gratos é a evocação dos 25 anos da morte de Adriano Correia de Oliveira. Apesar de não ter perdido o hábito de, de vez em quando, ouvir a “Canção com Lágrimas” e companhia, sabe bem parar por um momento e pensar na beleza da obra e na dimensão cultural deste cantante.
Fica, no entanto, algo de amargo na boca ao ouvir tanta unanimidade elogiosa de tantos amigos de Adriano. Tanta evocação da sua grandeza de alma e generosidade cai mal. E cai mal porque Adriano morreu amargurado e destruído, e com tal intensidade que o corpo seguiu rapidamente a morte do espírito, com apenas 40 anos de idade.
Ao falar hoje de Adriano, seria útil e didáctico não ficar só pelas consensuais, grandiloquentes e panegíricas afirmações politicamente correctas. Deveria ser também referido o lado “B” da história em que, na ressaca do 25 de Abril, um nobre de espírito dedicado a uma causa, vê-a ruir e vê-se ser excluído. Aqueles “amigos e companheiros de estrada” que lhe voltaram as costas e o viram partir pária para o buraco donde não regressou, deviam humildemente tomar a palavra e dizer qualquer coisa sobre isso. Indubitavelmente que ele o merece.
3 comentários:
Tens toda a razão. És claro no que dizes.
Isso é que era bom! Ainda ontem ouvi a filha na TV a contar que ele tinha sido expulso da cooperativa Cantar Abril porque tinha as quotas em atraso... Se há gente "perigosa" é essa com quem ele se cruzou e a quem ele acompanhou, ingenuo, num ideal.
Adriano Correia de Oliveira é hoje recordado em Lisboa, 25 anos depois da sua morte, com um espectáculo onde vários artistas seus contemporâneos recordam as trovas que eternizaram o cantor de intervenção.
E Alegre Se Fez Triste
River
Enviar um comentário