10 janeiro 2007

Não me falem em inteligência!

É relativamente consensual que a inteligência e a capacidade de analisar e interpretar são qualidades supremas. Que sem elas o ser humano é uma besta e que elas são o principal motor de evolução. Inclusive, é com alguma frequência que face a uma mais ou menos grave inépcia ou incompetência, se ouve argumentar, abonatoriamente, que até é uma pessoa de elevada inteligência!

O caminho para realizar algo tem distintas etapas. Capacidade de analisar e de entender o que se passa é somente a primeira. Depois é necessário saber planear. Escolher por onde começar, definir fases e prioridades. Requer algo mais do que inteligência, nomeadamente pragmatismo, criatividade e alguma ousadia.

Em seguida, é necessário realizar. Requer perseverança, disciplina e suor. Durante a realização avaliar a conformidade e a viabilidade do planeado e corrigir ou insistir. Requer frieza, coragem e capacidade de tomar decisões.

Sendo a maior parte das realizações trabalhos em equipa, o sucesso depende da qualidade do relacionamento humano. Da capacidade de liderar e dos graus de lealdade e confiança mútuas e, sobretudo, da sanidade do carácter,

Todo o esforço de nada serve se não for levado até ao fim. Requer robustez psicológica para não desistir face aos imprevistos. Para os contornar ou os derrubar. E, já agora, concluir com sucesso dentro dos objectivos. Requer tudo o que foi referido atrás e até mesmo, um pouco de sorte.

Por isso, não me falem em inteligência sem mais. Não tenho pachorra para quem se limita a analisar e a apontar o que deve ser feito.

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