Sou Engenheiro Electrotécnico de formação e, se calhar, até mesmo de vocação mas, por favor, não me peçam para tentar resolver problemas em PC’s!
No início da minha carreira profissional desenhei hardware e firmware para sistemas baseados em microprocessadores. Simples mas completos. E sabia com rigor o que fazia o bicho a cada passo, em que endereço, o conteúdo dos registos e o estado das flags. Configurava os endereços de interrupção, a profundidade da stack e tudo o mais. Os problemas, quando apareciam, tinham que ser perfeitamente identificados e corrigidos na origem. Não havia outra alternativa.
Mais tarde, desenhei arquitecturas complexas que corriam em sistemas operativos de outra dimensão. Tinham algumas particularidades. Por exemplo, tinham “memória” e precisavam de conhecer todos os passos anteriores. Desligar e voltar ligar deixava o sistema vivo mas amnésico e encravado. E, quando parava, fazia parar uma fábrica inteira ou uma outra instalação de peso. Todo o rigor era necessário para poder dormir tranquilamente. Não havia outra alternativa.
Os PC’s fazem, cada vez mais, coisas muito giras, mas com tanto encastelamento de funções e objectos, já ninguém sabe mesmo o que se passa dentro daquelas caixas. Pragmaticamente falando não seria dramático se funcionasse mas o drama é quando não funciona. Nessas alturas, na maior parte das vezes, já nem se tenta entender a origem do drama. Mudam-se uns parâmetros de configuração, instalam-se umas versões mais recentes dos produtos, ou até mais antigas, vai-se clicando aqui e acolá, desligando e voltando a arrancar e baralhando e tornando a dar até parecer que está resolvido. E pronto! Dá-se por concluído o trabalho.
Isto, em parte devido à minha experiência anterior, causa-me uma alergia terrível. Onde estava o problema? Voltará a ocorrer? Ninguém sabe! Só se sabe que, de momento, aparentemente, funciona.
Parece-me muito idêntico àquela técnica antiga de reparar televisores a válvulas em que se davam umas boas palmadas síncronas nos lados da caixa, completadas por uma boa pantufada no topo e... “já está!”
No início da minha carreira profissional desenhei hardware e firmware para sistemas baseados em microprocessadores. Simples mas completos. E sabia com rigor o que fazia o bicho a cada passo, em que endereço, o conteúdo dos registos e o estado das flags. Configurava os endereços de interrupção, a profundidade da stack e tudo o mais. Os problemas, quando apareciam, tinham que ser perfeitamente identificados e corrigidos na origem. Não havia outra alternativa.
Mais tarde, desenhei arquitecturas complexas que corriam em sistemas operativos de outra dimensão. Tinham algumas particularidades. Por exemplo, tinham “memória” e precisavam de conhecer todos os passos anteriores. Desligar e voltar ligar deixava o sistema vivo mas amnésico e encravado. E, quando parava, fazia parar uma fábrica inteira ou uma outra instalação de peso. Todo o rigor era necessário para poder dormir tranquilamente. Não havia outra alternativa.
Os PC’s fazem, cada vez mais, coisas muito giras, mas com tanto encastelamento de funções e objectos, já ninguém sabe mesmo o que se passa dentro daquelas caixas. Pragmaticamente falando não seria dramático se funcionasse mas o drama é quando não funciona. Nessas alturas, na maior parte das vezes, já nem se tenta entender a origem do drama. Mudam-se uns parâmetros de configuração, instalam-se umas versões mais recentes dos produtos, ou até mais antigas, vai-se clicando aqui e acolá, desligando e voltando a arrancar e baralhando e tornando a dar até parecer que está resolvido. E pronto! Dá-se por concluído o trabalho.
Isto, em parte devido à minha experiência anterior, causa-me uma alergia terrível. Onde estava o problema? Voltará a ocorrer? Ninguém sabe! Só se sabe que, de momento, aparentemente, funciona.
Parece-me muito idêntico àquela técnica antiga de reparar televisores a válvulas em que se davam umas boas palmadas síncronas nos lados da caixa, completadas por uma boa pantufada no topo e... “já está!”
2 comentários:
Pois é ..."as três pancadas", vá-se lá saber porquê, são muito procuradas...
Esse exemplo é de rir à gargalhada e continua a ser utilizado e preferido por muitos...
Há tanta coisa por esse Mundo fora que é feita "as três pancadas", que doi mesmo (será da pancada?)...
Bom, o que acontece com quem nem sequer tem a tua formação, vocação e experiência consegue ser também bastante angustiante! Os desarranjos/arranjos nos PC’s enchem-se de uma misteriosa aura de secretismos, incompreensões e milagres… Parece ciência oculta!
;-)
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