Há 20-30 anos atrás, ser jovem e “ser do contra” era ser de esquerda. E sendo-o duma forma não necessariamente muito fundamentada. O Che Guevara era o herói generoso que tinha tentado mudar o mundo e morrido martirizado às mãos de broncos horrorosos.
Não está em causa o rigor desta perspectiva romântica, nem a avaliação do desfecho cubano desta história. Uma frase não sei de que origem diz: “Se aos 20 anos não és comunista, não tens coração; se aos 30 ainda és comunista, não tens inteligência”. Na altura, era “normal” ter coração.
Sendo “norma” o cabelo ser curto, “ser do contra” era ter o cabelo comprido. Se a geração acima achava que os comunistas não eram recomendáveis, “ser do contra” era ser de esquerda. E, já agora, da extrema mesmo porque os ortodoxos já estavam agarrados a um sistema visivelmente falhado. Essa irreverência, e contestação, tinha um pano de fundo, ingénuo claro, mas generoso e idealista.
E tudo isto vem a propósito de que agora está a ficar moda que ser “do contra” é ter a cabeça rapada, ser racista e xenófobo. Poderá não ser mais do que o espaço ainda possível de provocação? Será que esta é uma das poucas formas ainda disponíveis de chocar a “sociedade”? Não sei. Não sei se é só isso: querer chocar gratuitamente. Só faltaria uma nova frase: “Se aos 20 anos não és nazi, não tens personalidade....”.
Por muitas semelhanças que possam existir na questão de fundo, uma camisola com a imagem do Che Guevara não pode ser posta ao lado de outra com a imagem de Hitler... porra!!! (e para não pôr aqui um palavrão bem grosso...)
E é claro que esta “norma” tem excepções: "ter sido do contra" antes pela direita e sê-lo agora pela esquerda. No entanto, ambas são, politicamente, muito menos correctas...
Não está em causa o rigor desta perspectiva romântica, nem a avaliação do desfecho cubano desta história. Uma frase não sei de que origem diz: “Se aos 20 anos não és comunista, não tens coração; se aos 30 ainda és comunista, não tens inteligência”. Na altura, era “normal” ter coração.
Sendo “norma” o cabelo ser curto, “ser do contra” era ter o cabelo comprido. Se a geração acima achava que os comunistas não eram recomendáveis, “ser do contra” era ser de esquerda. E, já agora, da extrema mesmo porque os ortodoxos já estavam agarrados a um sistema visivelmente falhado. Essa irreverência, e contestação, tinha um pano de fundo, ingénuo claro, mas generoso e idealista.
E tudo isto vem a propósito de que agora está a ficar moda que ser “do contra” é ter a cabeça rapada, ser racista e xenófobo. Poderá não ser mais do que o espaço ainda possível de provocação? Será que esta é uma das poucas formas ainda disponíveis de chocar a “sociedade”? Não sei. Não sei se é só isso: querer chocar gratuitamente. Só faltaria uma nova frase: “Se aos 20 anos não és nazi, não tens personalidade....”.
Por muitas semelhanças que possam existir na questão de fundo, uma camisola com a imagem do Che Guevara não pode ser posta ao lado de outra com a imagem de Hitler... porra!!! (e para não pôr aqui um palavrão bem grosso...)
E é claro que esta “norma” tem excepções: "ter sido do contra" antes pela direita e sê-lo agora pela esquerda. No entanto, ambas são, politicamente, muito menos correctas...
5 comentários:
A minha dúvida, mas confesso-me insuficientemente informada, é se será comparável, de tal maneira uma era uma tendência pacífica, inofensiva, porreira e a outra é intolerante, pesada, agressiva... Serão assim, apenas duas modas separadas no tempo, mas com algo em comum nos objectivos??!... Não, e não estou a esquecer os excessos do quente Maio de 68 em França... Mas, ainda assim, que diferença!!
(Sinto que o comentário está demasiado impressivo e impreciso para o teu gosto, mas hoje não me apetece censurar-me!! :-))
Há os que se querem demarcar e os que não ousam. No primeiro grupo, os que o querem para se auto-promoverem e os filantropos. No primeiro subgrupo, os que resolver opor-se ao que achas que está mal e os que resolvem opor-se ao que está bem, porque gostariam que não estivesse. Para este último grupo, contribui uma miríade de fenómenos, de entre os quais a marcada falta de informação, de capacidades cognitivas, de respeito e justiça, de carácter e de equilíbio mental.
"Cada caso é um caso" é um lema que devemos ter presentes se não queremos cegar com generalizações e sermos, nós próprios, exemplos de preconceito. Sendo certo, porém, que os "caso-a-caso" que "está na moda" investigar, tão logo se agregam e ganham força de intimidação e destruíção, e que os fenómenos de grupo são imensos, alguns ainda hoje incontornáveis, e tão poderosos quanto calhem a sê-lo.
Como a "MM", chego ao fim com a sensação de que fui vaga (são 02:30), mas também não vou rever, prefiro servir o prato a quente.
Bolas!... Antes de desligar a geringinça para ir dormir, os meus olhos tropeçaram num belo resultado da minha displiscência, que não vou daqui sem ressalvar:
"os que resolvem opor-se ao que acham que está mal
Vaga tentativa de vaga resposta...
O texto não procura enquadrar todas as posturas extremas. Somente tentar indentifcar uma causa comum para algumas delas e em que diferente contextos conduzem a diferentes respostas, aparentemente opostas.
MM
Quanto à tendência pacífica do 68ards... não é tanto assim. Os contestatários mesmo a sério, não renunciavam à “acção” contra os tigres de papel burgueses e capitalistas ... mas tigres de papel eram eles mesmo (tirei esta dos “tigres de papel” de um livro sobre este tema que tenho a meio....)
Da mesma forma que alguma da “agressividade” actual dos “mauzões” também não passa do papel (infelizmente nem toda).
APC
A propósito da capacidade cognitiva, de respeito, etc., que tal o actual Presidente da Comissão Europeia ter sido um activista maoista? Terá melhorado entretanto?
A minha dúvida é se esse “opor-se ao que está mal” não seja mais do que simplesmente “opor-se ao que está, ao que existe” e que, por simples lógica aristotélica, deriva de “o que existe está mal”. Neste cenário o “que está bem” não deveria estar bem e, por isso, é exactamente igual a “estar mal”.
Confuso??
Nada confuso, perfeitamente perceptível.
Um abraço amigo por uma semana de ausência, sem net.
PS - E que tal?... (tu).
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