11 dezembro 2020

DesTAPam-se os olhos


Para os portugueses que antes de viajar fazem contas à vida, a TAP é apenas uma alternativa, não necessariamente a mais escolhida, especialmente após a banalização das “low-cost”. Para eles, e para mim, como viajante, existir TAP ou não, não tem nenhuma dimensão estratégica e em pouco contribui para a minha felicidade; como contribuinte, existir uma TAP nacionalizada, já contribui e em muito para a nossa infelicidade.

Quando parecia que a companhia estava a caminho de ir ter que voar pelas suas próprias asas, eis que por burrice, teimosia ou cumulativamente outro defeito qualquer, inaceitáveis em quem gere o dinheiro de todos nós, ela volta a aterrar no colo do Estado e na conta dos contribuintes. É certo que o Covid-19 mudou muita coisa, mas mal estaríamos se o Governo aproveitasse para nacionalizar todo a indústria do turismo, por exemplo.

Reconhecida a cagada em que se meteram, desculpem, mas o nome é este, o impetuoso nacionalizador teve a ideia peregrina de fazer caucionar pelo Parlamento o plano de restruturação, como quem diz: Se for aprovado, a dolorosa fatura ficará numa conta alargada; se não passar e a empresa cair, a culpa será de uma qualquer “coligação negativa”. De mãos mais lavadas do que o próprio Pilatos? Grande exemplo! Entretanto, lá irão voar 3 mil milhões de euros, por teimosia e/ou burrice, e que muito falta fazem noutros domínios.

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