12 dezembro 2020

Para lá do mínimo


Pelo princípio, o salário deveria ser uma retribuição justa pelo valor criado por um trabalhador. Na prática a coisa complica-se, dado não ser evidente individualizar a contribuição de cada um e existindo mercado tanto do lado do trabalho, excesso ou falta de profissionais qualificados, como do lado do produto/serviço criado. Se, exagerando, não se consegue um profissional por menos de 10000 Euros/mês e a atividade gera apenas 5000, não funciona; se, contas feitas, descobre-se não ser possível pagar mais do que 50 Euros/mês, algo está errado na estrutura da empresa ou no seu posicionamento no mercado. Ambos os casos são inviáveis.

Esta introdução tem a ver com a questão do salário mínimo. Confesso que me surpreendo ao ver a quantidade de gente nesse nível. Enorme. Por coincidência, haverá assim tantas atividades e postos para os quais o SM é mesmo o justo e possível valor? Ou será apenas que, por excesso de oferta, os “empresários” pagam o mínimo… apenas porque não podem pagar ainda menos? Em ambos os casos algo está mal.

Obviamente que aumentar o salário mínimo à bruta tem implicações importantes que podem inviabilizar muitas empresas, mas a tendência de aumento do salário mínimo tem algo de positivo. É essencial que as empresas se procurem equipar e estruturar de forma a permitir contributos diferentes e crescentes dos seus colaboradores e também é importante que aqueles que pagam o mínimo pelo mínimo, evoluam…


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