25 setembro 2018

Andamos para trás?


O senhor reproduzido nesta fotografia, créditos abaixo, é considerado pelos especialistas ter possuído uma das mais fantásticas vozes de sempre. Pela sua imagem e prática foi assumidamente homossexual, com as minhas desculpas para a eventualidade desta expressão não ser atualmente a mais politicamente correta.

Na avaliação e discussão do valor de Freddy Mercury como artista, sinceramente, não me lembro de ver recorrentemente apontada, pela positiva ou pela negativa, a sua homossexualidade. Nos tempos atuais, supostamente mais modernos, isso já não seria possível. Uma crítica seria imediatamente classificada como homofóbica pelos guardiões das minorias, mesmo daquelas que dispensam esse tipo de guardas, e um elogio obviamente imputado ao lóbi dos gays.

Dificilmente será possível vermos hoje uma discussão natural e objetiva sobre os méritos e deméritos de um Fredy Mercury sem uma contaminação inevitável das, chamemos-lhe, suas preferências sexuais. À força de tanta pressão pela “modernidade” e pelo politicamente correto e na sequência das reações que todos fundamentalismos e radicalismos provocam, acabamos por viver muito mais condicionados por preconceitos do que no passado.  

Foto: Redferns, Bob King


1 comentário:

Júlio Resende disse...

Bom texto. Fico-me pela tua expressão “ tempos supostamente mais modernos “.