04 setembro 2018

Passos passados

Este era um bom texto para o aniversário do blogue, mas como maio ainda vem hoje e as efemérides são como o Natal, quando um homem quiser, e eu gosto de ter a liberdade de invocar o que me apetece quando me apetece, sai hoje.

O sítio onde estamos é fruto do caminho que fizemos. Cada passo dado, certeiro ou desajustado, foi uma parte desse percurso. Podem ser de louvar ou de lamentar, mas nunca de apagar ou esquecer. Especialmente os passos dados públicos e publicados, porque até por definição, o que é colocado a público não pode ser revertido.

Ao longo de uma dúzia e meia de anos de publicação, acontece-me por vezes cair numa coisa antiga e achá-la atual e bem-feita ou fraca, equivocada e imperfeita. Vejo hoje fotos publicadas há uma dúzia de anos que estão mesmo a precisar de um toquezinho aqui ou acolá… ou de um caixote do lixo. Mas deixo-os estar, por fazerem parte do meu caminho, porque apagá-las ou alterá-las seria apagar ou “retificar” o que eu fui. Dramático? Não, mas importante.

Daí a necessidade de bem refletir antes de tornar algo público. Por definição, não é reversível.

3 comentários:

Júlio Resende disse...

Fez-me lembrar o provérbio: “O travesseiro é bom conselheiro “

jorge neves disse...

É exatamente por esse motivo, que as chamadas redes sociais, sendo indubitavelmente um progresso, são simultaneamente muito perigosas.

Carlos Sampaio disse...

Júlio - Essa é sempre uma boa tática
Jorge Neves - Depende de como se usam. Um automóvel pode ser usado para trabalhar, para lazer... ou para matar.