15 setembro 2012

Teremos sempre Setembro


"Setembro é o meu mês. Gosto de Setembro e do início do Outono, muito mais do que da Primavera das flores em botão, passarinhos e de todas as outras delicadezas que despertam e secam, sacudindo bolores, à saída do Inverno.

Não temos os campos pintalgados de papoilas e infestados de pólens, mas temos o pastel das cores ocres e o cheiro forte das vinhas e das figueiras. É muito mais intenso e muito mais premente.

Se a Primavera é a esperança ingénua, o Outono é o momento dos balanços e da maturidade. Em Abril aguardamos o fruto da floração. Em Setembro os frutos estão maduros e serão colhidos ou perdidos e, oxalá, haverão de retornar. Em frente da Primavera está a simplicidade de um desenvolvimento linear; à frente do Outono está a realidade complexa do como renovar.

A Primavera solicita-me e cansa-me nos seus dias crescentes; o Outono aconselha-me. Anuncia o encerrar de um ciclo que nos confronta com a nossa finitude e com a necessidade de renascer e recomeçar.

Não há fins de tarde mais belos do que os do fim do Verão. Não há mês mais belo do que o mês de Setembro."

Eu sei que é repetido, sim, mas apateceu-me. E com informação adicional sobre o local da fotografia: Rio Coa junto ao local onde a Ribeira de Piscos o encontra.

1 comentário:

Júlio Resende disse...

Aplaudo!👏👏👏