27 setembro 2012

O dia da mudança

Há um princípio básico num processo de mudança de que quando se anuncia formalmente algo não se pode recuar no dia seguinte. É necessário previamente auscultar sensibilidades, confirmar viabilidade e quando se oficializa é para ficar. A partir da altura em que há um recuo, fica como precedente e a reacção à mudança torna-se mais forte, procurará rentabilizar o precedente e descredibilizar o processo no seu todo.

Vem isto a propósito do inevitável recuo do governo quando à transferência da TSU das entidades patronais para os trabalhadores que, nunca é demais realçar, não era fundamentalmente uma medida de redução de défice. Era uma experiência que alguns teóricos externos ou internos acharam curioso implementar e que com uma assustadora ligeireza foi decidida e anunciada.

O recuo era necessário mas deixa uma mancha, o tal precedente, e a imagem de que não se estava/não se estará a fazer as coisas bem. Se até agora, por muito penoso que fosse, ainda havia alguma sensação de que era um remédio amargo mas necessário, agora é diferente. Ninguém olha para estes anúncios de mais do mesmo, mais IRS, mais isto, menos aquilo, sem se interrogar: mas estes tipos sabem mesmo o que é que andam a fazer?!?

Este pessoal que nos governa, que nunca trabalhou duramente, alguns que nem sequer estudaram seriamente, tem competência para gerir o país e para definir e implementar uma Política de desenvolvimento? Se têm, não parece...E o pior não é a crise de hoje, o pior é que não se vê nada de nada que permita pensar que daqui a uns anos estará melhor, pelo contrário. Por exemplo: investimento estrangeiro, quem pensará instalar-se cá, com esta volatilidade fiscal?

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