22 junho 2012

O melhor será...?

Certamente que já todos deixamos alguma vez algo importante esquecido em cima de uma mesa de restaurante ou café ou, pelo menos, um guarda-chuva abandonado num local qualquer.

Um destes dias aconteceu-me algo curioso numa daquelas fases em que sonho, sem ter a certeza se estou mesmo a dormir ou se simplesmente assisto a uma sequência imaginada, que me corre sem esforço e sem controlo, e da qual sou uma espécie de espectador (atenção que espetador é outra coisa, apesar do acordo ortográfico).

Sonhei, ou imaginei, ou o que quer que seja, que num país daqueles em que não se entra e sai com duas tretas, me tinha esquecido da mochila “com tudo” num restaurante. Ainda por cima com vários espectadores prontos a espetarem-me a evidência da enorme estupidez, sem apelo nem agravo. Ao dar-me conta da falta, regresso a correr ao restaurante, mas, desafortunadamente, a mochila tinha desaparecido, com o PC portátil em que a última cópia de segurança (in english backup) era um pouquito antiga, o passaporte e mais uma tralha de coisas que muita falta faziam.

Fiquei siderado com tamanha estupidez, realmente encravado pela falta do passaporte, como vou regressar, tenho que pedir um provisório na embaixada, que grande contratempo, que grande confusão…, e com os irónicos e pseudo-solidários espe(c)tadores bem presentes…. Um daqueles momentos em que apetece desaparecer no buraco mais ao pé. Que chatice… como vou sair desta, como … que porra! Qual a melhor forma de resolver isto!? Nessa altura o espectador eu-próprio interveio e disse lá para dentro: “O melhor agora, o melhor mesmo… será acordar!” e, quando dei conta, já não estava num país estranho sem passaporte, abanando desesperadamente a cabeça, mas tinha-a tranquilamente pousada num travesseiro familiar!

Continuo sem saber se teria sido mesmo um sonho, mas agradeci aos meus reflexos pragmáticos terem-me poupado o prolongamento da angústia, mesmo em estado de consciência duvidoso. E fiquei com a lição e o exemplo: Por vezes, o melhor mesmo é acordar!

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