Alturas houve em que eu não tinha paciência para ouvir falar nos “Descobrimentos”. Na história oficial que tínhamos que aprender, eles eram o momento alto e, bem vistas as coisas, o único momento alto. E, 500 anos depois, apetecia dizer: sim, está bem, foi extraordinário, mas fechemos a página e deixemos de viver uma identidade plantada nas cinzas dos Gamas e dos Cabrais!. Posteriormente achei que se a nossa dimensão não se pode esgotar e encerrar nessa empresa, podemos e devemos, no entanto, olhar para a frente sem a menosprezar nem ignorar.
Curiosamente, enquanto a Grécia, que até tem alguns tristes pontos em comum recentes connosco, continua após vinte e cinco séculos a capitalizar os seus Sócrates e Aristóteles, nós não conseguimos que o Mundo reconheça a dimensão devida aos Descobrimentos, a que pode nem ser estranho o facto de nós próprios termos dificuldade em a gerir friamente. Há pouco tempo li “O Império dos Pardais” de João Paulo Oliveira, um excelente romance histórico passado no tempo de D. Manuel I. Colocar aquele enredo riquíssimo ao lado do que serve de base à famosa série “Os Tudor” sobre Henrique VIII não tem comparação possível. E enquanto meio mundo terá visto interessadíssimo a evolução dos problemas hormonais desse soberano e demais tricas cortesãs, poucos em Portugal conhecerão a real dimensão dessa época manuelina.
Hoje comemoramos o 25 de Abril que começa a ficar para a nossa democracia, como os Descobrimentos estão para a história de Portugal. Temos que passar à 3ª fase: depois da celebração eufórica e depois do desencanto com o resultado objectivo; deixemo-lo na história como um momento belíssimo e olhemos para a frente de forma construtiva e descomplexada.
O título do livro “Império dos Pardais” evocava o facto de o pequeno pardal Portugal conseguir manter um império mundial só e apenas enquanto os pássaros grandes se entretinham nas duas disputas e querelas. Quando estes parassem e olhassem para o mundo, nós rapidamente seríamos retirados de cena. Na prática foi isso que aconteceu mas não lhe atribuo uma causa de fatalidade incontornável tão clara. De qualquer forma, se temos que ser sempre pardais, que o sejamos, mas sapientes e dignos.
Curiosamente, enquanto a Grécia, que até tem alguns tristes pontos em comum recentes connosco, continua após vinte e cinco séculos a capitalizar os seus Sócrates e Aristóteles, nós não conseguimos que o Mundo reconheça a dimensão devida aos Descobrimentos, a que pode nem ser estranho o facto de nós próprios termos dificuldade em a gerir friamente. Há pouco tempo li “O Império dos Pardais” de João Paulo Oliveira, um excelente romance histórico passado no tempo de D. Manuel I. Colocar aquele enredo riquíssimo ao lado do que serve de base à famosa série “Os Tudor” sobre Henrique VIII não tem comparação possível. E enquanto meio mundo terá visto interessadíssimo a evolução dos problemas hormonais desse soberano e demais tricas cortesãs, poucos em Portugal conhecerão a real dimensão dessa época manuelina.
Hoje comemoramos o 25 de Abril que começa a ficar para a nossa democracia, como os Descobrimentos estão para a história de Portugal. Temos que passar à 3ª fase: depois da celebração eufórica e depois do desencanto com o resultado objectivo; deixemo-lo na história como um momento belíssimo e olhemos para a frente de forma construtiva e descomplexada.
O título do livro “Império dos Pardais” evocava o facto de o pequeno pardal Portugal conseguir manter um império mundial só e apenas enquanto os pássaros grandes se entretinham nas duas disputas e querelas. Quando estes parassem e olhassem para o mundo, nós rapidamente seríamos retirados de cena. Na prática foi isso que aconteceu mas não lhe atribuo uma causa de fatalidade incontornável tão clara. De qualquer forma, se temos que ser sempre pardais, que o sejamos, mas sapientes e dignos.
Sem comentários:
Enviar um comentário