Não sei se devo pedir desculpa pela interrupção.... Mas, pelo menos, vai uma justificação. Os últimos tempos foram ocupados por um “projecto” que me condicionou e, pelos vistos, não consigo escrever em registos diferentes em simultâneo.
Para relançar teria que falar de Saramago. Quase obrigatório.
Conforme já referia aí para trás, Saramago escreveu excelentes e belíssimos livros, principalmente antes do prémio Nobel. Deixa um legado extraordinário e um enorme contributo para a riqueza da literatura e da cultura portuguesa. Penso não existirem dúvidas sobre isso.
Não se perdeu o que ele fez. Perda seria se tivessem desaparecido todos os exemplares de “Todos os Nomes”, por exemplo. Isso sim, seria uma grande perda. Ficaram livros por escrever? Talvez e esses também se perderam.
Mas convém não confundir a obra com o homem. Não reconheço a José Saramago uma grandeza de carácter ao nível da dimensão da sua produção literária. Há muitas afirmações dele descabidas e, no mínimo, indefensáveis. Também não é obrigatório que as pessoas sejam equilibradas. Muitas vezes um génio numa faceta coexiste com insuficiências graves noutra.
Não concordo, por exemplo, que se chame a Saramago um “homem de liberdade”. A sua curta passagem pelo DN em 75 e a expulsão dos 24 jornalistas são exemplo de uma militância intolerante que felizmente foi confinada a um período curto. E felizmente para ele não voltou a ser confrontado com uma função executiva e felizmente para nós os restantes “homens de liberdade” também não estão aos comandos. E, já agora, também devemos dar graças por o Vaticano, SL’s e afins não terem o monopólio editorial.
Mas, sobretudo, não se transfiram as qualidades e os defeitos. A obra de Saramago é admirável e essa excelência não tem que apagar nem afogar as suas deficiências de carácter. Da mesma forma que as suas atitudes e posturas tantas vezes infelizes não devem contaminar a apreciação da obra.
Uma vez o “Contra-informação” caracterizou-o exemplarmente: “Saramago é um grande escritor: o que ele escreve lê-se, mas o que ele diz não se escreve!”.
No balanço global o país e a cultura portuguesa estão-lhe gratos... e deixem todos de brincar ao jogo dos pequeninos.
Para relançar teria que falar de Saramago. Quase obrigatório.
Conforme já referia aí para trás, Saramago escreveu excelentes e belíssimos livros, principalmente antes do prémio Nobel. Deixa um legado extraordinário e um enorme contributo para a riqueza da literatura e da cultura portuguesa. Penso não existirem dúvidas sobre isso.
Não se perdeu o que ele fez. Perda seria se tivessem desaparecido todos os exemplares de “Todos os Nomes”, por exemplo. Isso sim, seria uma grande perda. Ficaram livros por escrever? Talvez e esses também se perderam.
Mas convém não confundir a obra com o homem. Não reconheço a José Saramago uma grandeza de carácter ao nível da dimensão da sua produção literária. Há muitas afirmações dele descabidas e, no mínimo, indefensáveis. Também não é obrigatório que as pessoas sejam equilibradas. Muitas vezes um génio numa faceta coexiste com insuficiências graves noutra.
Não concordo, por exemplo, que se chame a Saramago um “homem de liberdade”. A sua curta passagem pelo DN em 75 e a expulsão dos 24 jornalistas são exemplo de uma militância intolerante que felizmente foi confinada a um período curto. E felizmente para ele não voltou a ser confrontado com uma função executiva e felizmente para nós os restantes “homens de liberdade” também não estão aos comandos. E, já agora, também devemos dar graças por o Vaticano, SL’s e afins não terem o monopólio editorial.
Mas, sobretudo, não se transfiram as qualidades e os defeitos. A obra de Saramago é admirável e essa excelência não tem que apagar nem afogar as suas deficiências de carácter. Da mesma forma que as suas atitudes e posturas tantas vezes infelizes não devem contaminar a apreciação da obra.
Uma vez o “Contra-informação” caracterizou-o exemplarmente: “Saramago é um grande escritor: o que ele escreve lê-se, mas o que ele diz não se escreve!”.
No balanço global o país e a cultura portuguesa estão-lhe gratos... e deixem todos de brincar ao jogo dos pequeninos.
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