17 março 2009

Síndroma de Columbine



Columbina está associado a pomba, símbolo da paz, mas este síndroma de Columbine, manifestado pela última vez há poucos dias no sul da Alemanha, não tem nada a ver com a paz e começa a ocorrer com uma frequência preocupante. Na minha opinião estes casos são “apenas” uma variante do suicídio arrogante. Um desistente resolve não partir sozinho e em fúria destrutiva arrasta com ele algo de simbólico e representativo. Há os que dizimam a família e há estes adolescentes que tentam levar uma parte da escola, ambos associados à sua falha e à sua exclusão.

Dito assim é simples e como haverá sempre falhados na escola e armas de fogo disponíveis, os Columbines são inevitáveis. Sim, mas pondo de lado a questão do suicídio em si, vejamos a forma.

As imagens finais do assassino/suiçida de Winnenden mostram uma pose estranhamente parecida com um daqueles personagens das consolas de jogos de que ele tanto gostava. Daqueles jogos em que é normal e até recompensada a violência gratuita e brutal; veja-se o GTA (Grand thief auto).

Não é por mostrar unicamente imagens de anjinhos cor-de-rosa que a violência desaparecerá. Ela sempre esteve presente: o que o desgraçado do Coiote não sofre ao tentar apanhar o Bip-bip! Mas, aí, há um certo “valor”: o Coiote é mau e sofre por isso. Nos jogos actuais basicamente luta-se e no conceito do RPG (role playing game) o jogador faz parte daquela intriga e mata e morre por pontos e por nada. E, quando morre, perde uma de várias vidas e, quando perde tudo, ou se chateia, tem um botão de reset para recomeçar; o único prejuízo é na auto-estima. Quando o personagem não encontra o seu papel “cá fora” e desiste, carrega o botão de reset e toca a acabar com aquele “jogo”.

A solução não será unicamente proibir e limitar as armas de fogo mas isso ajudará bastante; a solução não passará certamente por colocar detectores de metais em cada porta e esquina. É fundamental haver uma moral sólida que impeça alguém de olhar um inocente olhos nos olhos e decretar: vais morrer comigo! E desenvolver e consolidar uma moral é uma questão de exemplo, de empenho e de tempo. Os GTA’s e as crianças entregues a si próprias vivendo esse mundo sem uma tutela e uma referência familiar forte, ou social ou, no limite, confessional estão a caminho da famosa “banalização do mal”. Quando os pais pedem para as escolas ficarem abertas 12 horas, não estão a entender o jogo.
Nota: Foto extraída do site do Nytimes

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