18 setembro 2025

Os argumentos e as balas


 "Não concordo com o que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito a dizê-lo”. Esta frase é muitas vezes atribuída erradamente a Voltaire, mas a sua pertinência e mérito são independentes da respetiva origem.

Certamente que não concordo com muito do que Charles Kirk afirmava. Vi alguns filmes dos seus debates com estudantes, ignoro se completamente representativos e notei o seguinte. Ninguém estava ali obrigado, ele tinha respostas e perguntas provocatórias, mas não agressivas, não o vi insultar os seus interlocutores, mesmo quando eles assumiam posturas arrogantes. Vi-o questionar ideias e, em muitos casos, demonstrar incoerências. Repito que não posso afirmar que fosse sempre assim, mas o tom dos debates era idêntico em todos que vi…

Penso que uma boa parte do ódio que recebia não seria pelas “ideias” em si, mas pela sua capacidade argumentativa com que muitas vezes “destruía” discursos e “sagrados”…

Que tenha sido assassinado é grave, mas, mais grave é que se vê de júbilo pela sua morte. “um bom fascista é um fascista morto”; de absurdas supostas reciprocidades “quem com ferros mata…”, quando ele não agrediu sequer ninguém e de comparações absolutamente desproporcionais com ditadores assassinos…

Que haja quem assim pense e o assuma é muitíssimo grave. Quando se começa a combater ideias com balas, sabe-se como começa, mas não se sabe como acaba…

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