23 março 2017

Uma imagem reconfortante


Numa restaurante na estrada, passam sem som as imagens do ataque terrorista de Londres de ontem e há algo reconfortante na calma e na dignidade como os britânicos lidam com a tragédia. No ministro que socorreu o policia ferido e ficou firme junto dele até chegarem os socorros. Na forma grave e tranquila como o parlamento referiu o acontecimento e homenageou as vítimas.

Do meu lado, reconheço já ter passado a fase da revolta simples, daquela que diz: isto é impossível e tem que acabar. Infelizmente, isto é possível e não irá acabar. E, pelas alminhas, não me venham dizer que “nós” temos uma parte da culpa pelo comportamento assassino destes alucinados.

A frustração que alimenta os discursos extremistas, catalisadores desta barbárie, tem muito a ver com a desilusão de os pós-independências não terem cumprido as expetativas. No entanto, como após 500 anos Portugal ainda é responsável pelo que de mau acontece no Brasil, a Europa ainda terá mais 450 anos de responsabilidade pelas desgraças do Médio Oriente.

Eles vão continuar a matar, iremos ter que viver com isto, mas só peço uma coisa: chamem os bois pelos nomes: assassinos. E todos aqueles que relativizem esta palavra por ações ou omissões, seja numa monarquia, real ou virtual, do Médio Oriente, seja num líder religioso de qualquer credo, seja alguém assim para o moderno, que culpa as colonizações terminadas há 50 anos, que a maioria destes alucinados nem sequer conheceram, todos esses que relativizam a palavra são apoiantes morais destes crimes.

2 comentários:

Amaro Rocha disse...

É isso mesmo Sr. Carlos Sampaio.
Infelizmente vemos muitos comentadores a relativizar esta questão.
E a culpar-nos, claro!

Carlos Sampaio disse...

É um misto de masoquismo e de um estar zangado consigo próprio... acho.