23 fevereiro 2014

CPLP e Guiné Equatorial


Não consigo entender o discurso de “virgem ofendida” que se vê por aí a propósito da adesão da Guiné Equatorial à CPLP. Acho bem que tenha aderido e não estou a colocar à frente o interesse pragmático de ser um país rico, nem sequer o argumento de que se fosse pouco democrático mas pobre, certamente haveria mais compreensão. Também não vou usar o argumento de que às equivalentes Organização da Francofonia e Commenwealth não faltarão largos motivos de vergonha.

Será que todos os países de regime não completamente sãos devem ser expulsos da ONU, por exemplo? Acho que não. A história mostra que os “problemas” não devem ser excluídos, mas pelo contrário, integrados no “concerto das nações”. É uma forma de os pressionar e de os fazer evoluir. Chegar, apenas isso não chega, mas é certamente melhor do que ficarem isolados. Se há um país que quer integrar a CPLP e há um mínimo de enquadramento cultural e histórico para isso (não estamos a falar do Nepal) isso só pode ser um motivo de valorização da língua de Pessoa. Se, por exemplo, com isso se consegue uma moratória à aplicação da pena de morte, que há de negativo neste facto?

Bem ou mal este mundo é só um e não podemos pretender estarmos entre uma elite restrita que ignora quem quer. As organizações internacionais são um fórum de pressão que pode permitir que o mundo se torne melhor, e para todos os que nele habitam

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