30 julho 2013

Níveis de segurança

Não parece haver dúvidas de que o acidente ferroviário na Galiza se deveu a excesso de velocidade na curva. Parece que o maquinista assumiu logo no momento que estava a circular muito acima do que devia. Os motivos para esse facto serão analisados e podem ser desatenção, indisposição ou outra coisa qualquer, mas escala à parte não deixa de ser equivalente a um condutor de autocarro que passou um sinal vermelho e provocou um grave acidente. Por aí deve ficar a investigação e daí sairão as conclusões.

Eu não entendo nada de comboios e posso estar a dizer um grande disparate, mas arrisco. Temos uma larga recta feita a 200 km/h e no final dela uma curva que deve ser abordada a 80 km/h. O maquinista saberia certamente disso, presumo que haveria instruções e sinalizações para o informar e avisar, mas… Para o que está em causa, faz sentido que essa operação depende exclusivamente da acção do maquinista e ser tratado de igual forma como o semáforo para o autocarro? Não era mais do que justificado haver algum tipo de segurança activa que antes da curva controlasse a velocidade do comboio e o travasse independentemente da distracção ou loucura do maquinista?

Aparentemente na zona de alta velocidade existe um sistema de seguimento e controlo da velocidade do comboio. Na zona do acidente em que ele estava na via antiga e convencional, o controlo é feito apenas por baliza pontuais, e a primeira baliza estava depois da curva…!

Certamente que não deve haver responsabilização criminal para quem não se lembrou de pôr uma baliza antes da curva, mas que isso traduz uma enorme ligeireza na abordagem à segurança, é inquestionável.

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