04 julho 2010

Números negros

Na mesma altura em que leio um título “No futuro o ser humano poderá viver mil anos, defende cientista britânico”, que parece ser mais uma frase destinada a servir de título que nem sei nem quero avaliar, consulto o último relatório do Banco Mundial sobre os indicadores de desenvolvimento em África. Aliás nem sei se gostaria de viver 1000 anos, mesmo que fisiologicamente viável. O referido relatório do BM são cerca de 200 páginas de análise e de muitos quadros. Um resumo na página 37 já diz bastante. Há indicadores que se entendem mais ou menos bem, para os quais se tem maior ou menor sensibilidade e há outros que são claros: esperança de vida à nascença e taxa de mortalidade abaixo dos cinco anos. Alguns exemplos

Esperança de vida em Moçambique: 42,1 anos – Faz pensar, não faz? É um país pobre. Se olharmos para Angola em que o rendimento per capita é quase o dobro, teremos como esperança de vida em Angola : 47,3 anos.

Olhando para os extremos:
País com maior rendimento per capita – Guine Equatorial = 8692 USD
País com menor rendimento per capita – Burundi = 111 USD,
Média no continente = 879 USD
Se compararmos , respectivamente, esperança de vida e mortalidade infantil teremos:
Guiné Equatorial -- 50,5 -- 20,6 %
Burundi -------------- 50,6 -- 18,0 %
Média África -------- 54,8 --- 13,4%

Apesar de ter um rendimento quase 80 (oitenta) vezes superior, a Guiné Equatorial praticamente empata com o Burundi nesses dois indicadiroes e até está pior na mortalidade infantil. Pode-se argumentar que é uma riqueza recente (do ouro negro, é claro) e que ainda não teve tempo para surtir os seus efeitos na global da população. Esperemos...

Os bons exemplos e o bom exemplo dentro dos bons

Seychelles --------73,2 ----1,3% ---- 8 267
Maurícias ---------72,4---- 1,5 % ---- 4 929
Cabo Verde ------ 71,2 --- 3,2 % ---- 1 632
(Esperança de vida - Mortalidade infantil - PIB/capita)

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