Nem de propósito! A seguir ao meu anterior post sobre os números negros em África, em que apesar da liderança no rendimento per capita, a Guiné Equatorial não sai muito bem na qualidade de vida dos seus cidadãos, estamos com a polémica sobre o seu pedido de adesão à CPLP.
Se a pátria da CPLP é a língua portuguesa, então será difícil ela entrar, a menos que se considere o espanhol uma variante do português ou que ela adopte o português como língua oficial em pró-forma.
Agora, não venham com o argumento de que não deve entrar por ser uma ditadura. Para não ferir susceptibilidades, não falemos dos restantes membros da CPLP. Vamos por um caminho menos sensível e mais abrangente. Se a ONU fosse a recusar o estatuto de membro a todos os países que não respeitam os direitos humanos, quem ganharia com isso? Isolados, sem enquadramento e sem pressão internacional institucional, os párias ficariam ainda mais párias e a ONU mais fraca. É obviamente um equilíbrio delicado entre o pragmatismo e o limite da hipocrisia, mas globalmente é melhor estarem dentro do que fora.
Que a Guiné Equatorial queira ser “meia portuguesa” não pode ser muito mau. Acredito até que provocará alguma inveja noutras comunidades. Provavelmente que se fosse o pobre Burundi a pedir a adesão, levantar-se-ia a nobre solidariedade, independentemente do fraco nível democrático do país. Como se trata da rica Guiné Equatorial, há uma maior exigência, que por acaso até interessa às comunidades preteridas.
Ingénuos...
Se a pátria da CPLP é a língua portuguesa, então será difícil ela entrar, a menos que se considere o espanhol uma variante do português ou que ela adopte o português como língua oficial em pró-forma.
Agora, não venham com o argumento de que não deve entrar por ser uma ditadura. Para não ferir susceptibilidades, não falemos dos restantes membros da CPLP. Vamos por um caminho menos sensível e mais abrangente. Se a ONU fosse a recusar o estatuto de membro a todos os países que não respeitam os direitos humanos, quem ganharia com isso? Isolados, sem enquadramento e sem pressão internacional institucional, os párias ficariam ainda mais párias e a ONU mais fraca. É obviamente um equilíbrio delicado entre o pragmatismo e o limite da hipocrisia, mas globalmente é melhor estarem dentro do que fora.
Que a Guiné Equatorial queira ser “meia portuguesa” não pode ser muito mau. Acredito até que provocará alguma inveja noutras comunidades. Provavelmente que se fosse o pobre Burundi a pedir a adesão, levantar-se-ia a nobre solidariedade, independentemente do fraco nível democrático do país. Como se trata da rica Guiné Equatorial, há uma maior exigência, que por acaso até interessa às comunidades preteridas.
Ingénuos...
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