29 dezembro 2007

Folhetim BCP – Histórias Laterais

Os últimos episódios do folhetim BCP proporcionam umas boas reflexões paralelas.
O CV de Santos Ferreira é o de um gestor claradamente “político” e não parece à medida de um BCP. Se os accionistas privados do banco o aceitam com tanta unanimidade será por desespero e necessidade absoluta de credibilidade ou pelos méritos intrínsecos do mesmo?
Se a nomeação de Armando Vara para a CGD já pareceu um pouquito forçada, como se entende agora o seu lugar no BCP? Será mesmo pelo mérito? Afinal os critérios das nomeações para as administrações das empresas públicas não são fundamentalmente partidários?? Que grande confusão!!!

O que vale e ajudou a esclarecer foi Filipe Menezes ter vindo ingenuamente dizer alto aquilo que é habitual ser dito baixinho. Exigir que para a Caixa entrasse alguém do PSD. E a resposta pública à verdade subterrânea foi tesa, estava mesmo a ver-se! Quem o mandou ser inocente?

A seguir, tivemos ainda direito ao regresso do famoso “cromo” Rui Gomes da Silva. Para começar, a anedota: Ao zurzir em Silva Pereira teve a inspiração brilhante de invocar que ele era “tão afoito a recolher dinheiro para que o senhor primeiro-ministro possa passar férias no estrangeiro que blá, blá, blá...” Um verdadeiro diamante de retórica à espera de ser talhado para ser entendido!

Menos anedótico e mais grave é invocar uma “tradição nacional” segundo a qual a presidência da CGD ou do Banco de Portugal deveria ser do PS com o PSD no governo e vice-versa. Não entendi completamente o mecanismo mas percebi claramente uma coisa: quem não for “próximo” do PS ou do PSD nunca pode ser presidente da Caixa nem do BdP nem de muitas outras coisas. Obrigado Dr Filipe Menezes por ter ajudado a tornar pública e clarificada esta bela tradição.

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