29 junho 2025

Apelar à paz

Por diversas razões e em diversos cenários temos guerra no mundo. A Rússia invadir uma Ucrânia sossegada, que não tinha ambição militar, apenas pretendia viver como no mundo ocidental é diferente de neutralizar preventivamente o potencial nuclear do Irão, que tinha, e tem, propósito assumido de destruir Israel. Estabelecer analogias entre os dois casos, só mesmo para quem os EUA e o ocidente estão sempre do lado errado e não será por essa lógica que chegaremos a algum lado válido.

Certamente que devemos ser pela paz e apelar à mesma. O problema é quando os apelados são insensíveis a discursos de Miss Mundo e de secretários-gerais da ONU. Pode-se referir o belo exemplo de Ghandi, que teve sucesso, mas face a um estado minimamente de direito, que era o Império Britânico. Enviem um Ghandi uigur contestar pacificamente em Pequim e contem-me o resultado.

Para figuras como Putin, os apelos são obviamente inconsequentes. Até se deve rir da ingenuidade. Gente para quem os argumentos válidos são apenas os da força militar ou económica, só responderão face a esses mesmos argumentos. Lamentavelmente é mesmo assim. Só em sociedades democráticas e livres é que os apelos podem surtir algum efeito e, por norma, raramente são eles quem despoleta os conflitos. Sim, já estou a ouvir contestação a esta afirmação, mas vão ver objetivamente nas guerras em curso quem disparou o primeiro tiro.

Como se dizia já na antiguidade, "Se queres a paz, prepara-te para a guerra". Não sei se são necessários 2% ou 5% ou outras percentagens, mas fazer figura de pomba no meio de um bando de falcões… estes agradecem. Não é a pomba que vai converter os falcões maléficos em aves boazinhas

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