06 novembro 2012

Os segredos ...


Vejo numa revista generalista as letras gordas e as legendas de um artigo sobre o funcionamento do cérebro. Está identificado o cantinho do órgão que reage a cada estímulo e onde reside cada funcionalidade. Leio na diagonal e o tom é de que já se sabe tudo, mas acho que a coisa fica pelo conhecimento geográfico. Se pensarmos no processo de desenvolvimento das faculdades mentais, o nevoeiro é absoluto e cerrado. Porque raio há quem não consiga aprender matemática? Qual a influência da televisão e dos ecrãs em geral – net e jogos – no desenvolvimento do cérebro do ser humano?

Aqui, o pau tem dois bicos. Se se soubesse como fazer evoluir o cérebro resolver-se-iam muitos dilemas e angústias do sistema educativo e dos seus actores como pais e professores. Mas, se isso fosse tão claro como o desenvolvimento dos bíceps, iríamos ter “ginásios” para criar sobredotados? E iríamos necessitar de alguma forma de controlo anti-doping para não termos batota, ou se preferirmos, evitar estratégias de alto rendimento a todo o custo que apresentam factura pesada a prazo?

Não, decididamente, o que se sabe continua a ser mais sobre o hardware do que sobre o software. E ainda bem. O cérebro está para o ser humano como uma reserva virgem está para a biodiversidade. Se colocássemos todas as espécies num zoológico, perderíamos algo de fundamental. Se fosse possível condicionar, programar ou formatar o nosso software, acho que deixaríamos de ser nós.

Não obstante estes devaneios saber um pouco mais sobre o que é realmente saudável e nocivo para o desenvolvimento do cérebro não seria mau.

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