08 maio 2009

Notas corridas de uma ausência

1. Primeiro de Maio. Que podia ter sido diferente pelas circunstâncias actuais e que foi, mas não pelo que devia. Revindicações de aumentos salariais importantes! As empresas em lay-off devem aplaudir com ambas as mãos… e pés. Agressão/interpretação violenta de Vital Moreira : Carvalho da Silva numa primeira reacção diz que lamenta mas entende; Jerónimo de Sousa não viu, não comenta. Quando será que esta gente começa a entender e a ver? E não se entende que desculpar/desresponsabilizar arruaceiros é o primeiro passo para o abismo?

2. Depois, temos a valsa dos pedidos de desculpa. O pedido de desculpa quando justificado deve ser genuíno e imediato. Quando se prolongam exigências de desculpas é porque estão a falar em planetas diferentes de ética e valores.

3. Uma reportagem sobre os túneis de Gaza. Os contrabandistas donos dos túneis são os que mais beneficiam com o embargo da faixa. Seguramente até nem se importariam de enviar uns rockets de vez em quando para o território Israelita, de forma a ser mantido o embargo e a não perderem o negócio. Negócio é negócio e cada qual faz o marketing que pode, conforme os valores.

4. Que valor terá morrer com 22 anos em Coimbra de “doença prolongada” fulminante no momento, mais minuto menos minuto, em que arranca a serenata e a semana da queima das fitas?

5. E que valor terá esta queima das fitas actual, para lá da cerveja entornada para dentro das gargantas e por cima das cabeças? Esforço de decoração mínima mesmo por quem devia apresentar “créditos”, como um curso de arquitectura. Não questionam, nem desafiam o “mundo à frente”, que bem o merecia. O mundo é uma brincadeira barata. Até que altura?

6. A propósito de questionar, por pura coincidência, pouco vejo de televisão e muito menos a TVI, vi a reportagem desta sobre o processo do centro de valorização de resíduos da Cova da Beira. Mesmo descontando o tempero adicional que o acerto de contas em curso entre a estação e o primeiro-ministro actual implica, é mau. Se isto é verdade e se esta país funciona assim, sem exclusividade para este caso particular, há um problema de … valores.

7. Alexandre Litvinenko – muito sofisticadamente assassinado por uma substância radioactiva rara. Livro de Alex Goldfarb e Marina Litvinenko (viúva). Esta Rússia tinha mesmo que dar grandes romancistas com tanta “grandiosidade” e “brutalidade” e “ingenuidade” e sei lá que mais. E Putin, vindo da rua, onde manda o mais forte, com todos os músculos que tem, parece mandar na Rússia com todas as armas de que dispõe, e que ainda são muitas, tendo por valor... a força.

E, em conclusão, é necessário muito mas mesmo muito esforço para manter um mínimo de valores neste mundo e não cair na bestialidade. A não esquecer, porque a tendência natural é no sentido que não interessa.

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