12 dezembro 2008

24 horas em Teerão (II)



A zona industrial a oeste de Teerão impressiona pela dimensão e por uma imprevista indústria automóvel. Não sei que rentabilidade terá mas entre Peugeots mesmo Peugeots e outras marcas ?Saipas? Khodros de aparência estranha e que me contaram terem muito de francês por dentro, o parque parece ser mesmo de origem local. Ao fim e ao cabo foi um avião de Air France que trouxe o íman Khomeny do exílio para aqui para despoletar a grande revolução. Esse agora repousa num impressionante mausoléu bem visível para os visitantes que vão do novo aeroporto para a cidade.

Nota dissonante para a escassez de postos de abastecimento, com filas a estenderem-se por vários quarteirões. Uma hora de espera é normal para encher o depósito.

Passo ao lado os detalhes profissionais da visita, que não cabem aqui, para saltar directamente para o jantar em restaurante típico com música ao vivo. De um lado um grupo a celebrar um noivado. Gente dos 20 aos 60 todos impecavelmente produzidos. Elas naturalmente mais do que eles. Uns penteados alto estilo anos 60 (tipo Sofia Loren?), com o lenço obrigatório, mas assim do alto da cabeça apenas para trás, deixando ver o cuidado penteado. Por vezes escorregavam para a nuca ao abanar a cabeça com a música mas sem perder nunca a postura. Desta vez uma singela cerveja sem álcool e sem gosto a limão e a perplexidade de como pode esta gente ter os líderes que se conhecem.

Regresso ao aeroporto atrasado porque a chuva tinha empoçado as estradas e provocado um acidente a quem nos vinha buscar. Só tivemos que esperar que ele próprio arranjasse o carro e lá seguimos apenas com um farol e o lado direito à frente bastante amassado. A viagem é feita entre o chuveiro de cima da chuva, de baixo da água das poças pisada e do lado, dos camiões ultrapassados. Somente uma vez um deles resolveu fazer uma inversão de marcha na praça da portagem, criando alguma emoção. No final a minha mochila na mala também tinha tido chuveiro. Até à vista Persas.

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