30 setembro 2008

Jogos nos jogos, revisitado

Quando lá para trás falei da questão da falta de qualquer coisa que estes jogos olímpicos teriam, apesar de todos os esforços das autoridades para que fossem uma marca de afirmação da modernidade e desenvolvimento do seu país, nem imaginava quão certo estava.

Naquele momento e nos meses que os precederam milhares (milhões?) de bebés chineses tomavam leite adulterado com melamina. Não foi divulgado provavelmente porque isso ensombraria o brilho da festa. Assim sendo, os inocentes indefesos continuaram a tomar o veneno, contando-se por dezenas de milhares o número dos que sofrem de pedra no rim, a bem da imagem de modernidade da China. Parece que só morreram 4 e também parece que esse contador bloqueou rapidamente.

No fundo, não importa se são dezenas ou milhões. As autoridades de um país que expõe de tal forma a sua população não são modernas nem sequer decentes, são simplesmente bárbaras e não será a alta tecnologia nem o arrojo arquitectónico que trarão a civilização. Há alicerces mais importantes e mais fundos.

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