Ao ver na RTPi parte de um programa sobre as marchas de S. António de Lisboa, saltou-me aos olhos o quão claramente a diferença entre Lisboa e Porto se encontra reflectida na forma como as duas cidades comemoram os seus “santos” populares.
Em Lisboa o povo, genuíno ou disfarçado, ensaia e exibe-se desfilando frente a uma tribuna, recebendo palmas generosas e/ou condescendentes. Veste-se com trajes de inspiração popular que, na minha opinião, não mais do que popularuchos com aventais, faixas e coletes caricaturais. Ao ver aquelas “minhotas”, “varinas” e demais variações, há uma sensação clara de que quem os veste não sabe nem quer saber de quem vestia os originais. Pode ser engraçado e bonitinho mas é artificial que baste.
No S. João do Porto não há tribunas nem desfiles nem ensaios nem fardas. Há errância anárquica a palmilhar a cidade sem destino: Vamos até à Praça; vamos à Ribeira, vamos ao Palácio, vamos à Boavista, vamos às Fontaínhas... É um noite absolutamente diferente em que se vagueia deixando para trás o ciclo que terminou, espalhando odores fortes. Todos, mas mesmo todos, são iguais e todos interagem. É pena que a moda dos martelos plásticos tenha em grande parte substituído a interacção dos “cheiros”. Para lá da mole humana o único protagonista é o fogo, como manda a antiga tradição das festas do solstício de Verão.
Que mundo de diferença!
Em Lisboa o povo, genuíno ou disfarçado, ensaia e exibe-se desfilando frente a uma tribuna, recebendo palmas generosas e/ou condescendentes. Veste-se com trajes de inspiração popular que, na minha opinião, não mais do que popularuchos com aventais, faixas e coletes caricaturais. Ao ver aquelas “minhotas”, “varinas” e demais variações, há uma sensação clara de que quem os veste não sabe nem quer saber de quem vestia os originais. Pode ser engraçado e bonitinho mas é artificial que baste.
No S. João do Porto não há tribunas nem desfiles nem ensaios nem fardas. Há errância anárquica a palmilhar a cidade sem destino: Vamos até à Praça; vamos à Ribeira, vamos ao Palácio, vamos à Boavista, vamos às Fontaínhas... É um noite absolutamente diferente em que se vagueia deixando para trás o ciclo que terminou, espalhando odores fortes. Todos, mas mesmo todos, são iguais e todos interagem. É pena que a moda dos martelos plásticos tenha em grande parte substituído a interacção dos “cheiros”. Para lá da mole humana o único protagonista é o fogo, como manda a antiga tradição das festas do solstício de Verão.
Que mundo de diferença!
2 comentários:
:-))) Na mouche...!
Sinto bem isso!... :-)))
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