Sergey Lavrov chegou ao Alasca, para a famosa cimeira, envergando uma camisola com as letras CCCP, iniciais correspondentes a URSS em russo. Encontro duas possíveis razões para tão bizarro “dress code”. Uma é que, com as sanções aplicadas ao país, seja difícil encontrar boas camisolas no mercado e o senhor precisou de ir ao caixote do sótão buscar esta, preservada da traça, que, pela lógica, terá um mínimo de 34 anos, tantos quantos tem a sepultura da URSS. A outra possível razão é que, da mesma forma que Zelensky aparece em uniforme militar, para recordar que está em guerra, Lavrov quer recordar que se discute o que já foi “deles” e onde ainda têm direitos.
Nesta lógica, Zelensky podia envergar a seguir uma camisola
com o mapa da Ucrânia e a localização das ogivas militares CCCP, que entregaram
à Rússia em troca de garantias de segurança. A palavra dos atuais senhores do
Kremlin vale muito pouco quando apenas limitada pela sua “boa vontade”.
Entretanto ouço falar de sanções adicionais à Rússia. Após 3
anos e meio de guerra, ainda se conseguem desenhar novas sanções com alguma
eficácia? As anteriores foram mais macias do que poderiam ter sido? Ao longo de
todo este tempo, ainda se foram guardando reservas, apesar dos horrores?
Apliquem todas as medidas, com toda a força, para a Rússia sentir efetivamente
algo que a pare, mesmo que fiquemos sem camisolas novas no mercado ou outra
comodidade qualquer. Subjugar tiranos insensíveis e brutais tem sempre um preço
a pagar. Quanto mais rápido melhor e se for sem argumentos puramente militares,
ainda melhor!
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