Enquanto se pode…
Este texto corre o risco de ser um dos mais efémeros do
blogue, uma vez que pelas 20h e picos do próximo domingo, a realidade real
então conhecida poderá destruir todas as bases sobre as quais estas reflexões se
desenvolveram.
Pelo que parece, o próximo Parlamento não deverá será muito diferente do que está de saída e isso não deixa de ser surpreendente…
Para começar, o mistério da manutenção da dimensão do Chega.
Por muito que o discurso de André Ventura possa cativar descontentes, desta
sessão legislativa que termina fica a irrelevância dos outros 49 outros
deputados, a heterogeneidade, falta de qualidade e até de honestidade de alguns
e de construtivo pouco ou nada. O Chega está a atingir uma fase em que ou consolida
ou esvazia. Se se conseguir consolidar apesar de todos estes vazios, é
preocupante.
Por outro lado, o PS de Pedro Nuno Santos não descola, pelo
contrário, e enquanto tiver este líder deve ficar reduzido ao eleitorado enquistado.
Quando o ouvimos falar, por muito que tente disfarçar, está lá o menino do
Porsche e do papá rico, o “enfant terrible” que resolve o problema da divida
pondo as pernas dos banqueiros alemães em tremeliques, o dos 3,2 mil milhões da
TAP e do despedimento por whatsapp e aquele que decide mandar fazer aeroportos
como quem manda vir uma sobremesa... Tudo isto não se lhe descola e até faz
esquecer a polémica herança socrática-costista do partido. Protesta e avisa para os perigos dos outros, mas de um candidato a líder exige-se mais.
Luís Montenegro deveria estar a pagar as trapalhadas com a
sua empresa, especialmente a forma como (não) comunicou o que devia e como devia.
Não é isto que acontece, talvez na perspectiva do mal menor, mas não é
certamente o contexto ideal para liderar efetivamente o país.
Por último, os comunistas, tanto os ortodoxos como os burgueses,
continuarão a cair, o que faz sentido. Por muitas bondosas e humanas que sejam
as suas intenções teóricas, “toda a gente” sabe ou pode saber que as práticas
propostas não funcionaram e nunca funcionarão.
A IL corresponde a uma proposta efetivamente diferente das
correntes habituais, mas num país de funcionários e pensionistas, dificilmente
subirá muito alto.
A ver o que o domingo nos conta… mas dava jeito que mudasse
alguma coisa
Sem comentários:
Enviar um comentário