24 agosto 2023

E agora, sem líder?


Considerando que na Rússia as certezas são sempre relativas, mas considerando que Prigozhin morreu mesmo na queda do avião, isso constitui uma mui tradicional putinesca consequência do desafio que ele fez com a insurreição de há uns meses e, ainda pior, depois disso, com passear-se pela Rússia tranquilamente.

O que virá a seguir a esta decapitação do grupo Wagner?

Para lá de todas as barbaridades das quais o homem foi responsável, Prigozhin era um líder com carisma e eficácia sem paralelo nas estruturas das forças armadas russas. Globalmente, sem Wagner, a Rússia perde capacidade militar.

Mais importante, que irão fazer todos os mercenários agora desenquadrados? Tem o grupo estrutura que possa manter um mínimo de operacionalidade e de fluxos financeiros que os conserve ocupados e satisfeitos? Irão migrar para o exército regular? Irão, pelo menos alguns, ter espírito de corpo e solidariedade com o líder desaparecido e passarem a lutar contra a Rússia? Irão simplesmente “fazer pela vida” por conta própria com as armas que têm nas mãos?

Certo que para um mercenário, o que conta é ser pago, mas não é óbvio que todos aqueles homens armados sejam simples frios profissionais da guerra sem emoções nem lealdades.

Não sei o que esta gente toda irá fazer, mas não gostaria de os ter como vizinhos!

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