24 abril 2021

25 de Abril sempre


De há uns anos para cá, temos tido mais um “sempre” associado ao 25 de Abril. Sempre se arranja uma polémica com as comemorações e, se a deste ano é particularmente original e caricata, a IL não poder participar por respeito às indicações da DGS, o fundo é o sempre o mesmo. Há quem queira reescrever a história, apropriar-se da data e isso é triste.

Para lá das razões imediatas que colocaram os militares na rua e da diversidade de motivações e de projetos que poderia haver, o 25 de Abril foi o que foi devido a uma enorme adesão popular. E esse povo todo, que votou livremente um ano depois, não estava todo de todo alinhado com o que alguns agora chamam o (seu) espírito de abril. A larga maioria não estava alinhada com os que cercaram e tentaram condicionar a Constituinte, boicotar a democracia, e que agora se arvoram em defensores da mesma e fiéis testamentários do tal (seu) espírito de abril.

Mas o que devia estar na primeira linha nesta data, não deveriam ser quezílias. A data é grande demais para isso. O fundamental deveria ser a preservação da tal democracia e respetiva qualidade. Não faltam exemplos, todos os dias, de podridões e corrosões na mesma. Corrupção, incompetência, compadrios, arrogância. Se estes problemas não forem endereçados a sério, e não a fazer de conta como têm sido, vale de pouco fazer de conta e vir à rua com o cravo vermelho uma vez por ano.

Sem comentários: