28 novembro 2019

Crónica de uma crise anunciada



A TAP é um bom exemplo de uma empresa historicamente cara para os contribuintes e tanto mais cara, quanto mais estatizada for a sua gestão. A TAP é estrategicamente necessária para o país? No tempo das companhias de bandeira, talvez. Hoje, com toda a oferta existente, se ela desaparecer não haverá drama de maior.

Em 2015 foi, mal ou bem ou assim-assim, encontrada uma saída para acabar a prazo com as faturas ao contribuinte, através da sua privatização. Aí muita gente começou a rasgar as vestes pela importância estratégica da empresa, em parte aterrorizada pela possível redução de voos diretos a partir de Lisboa, tão cómodos, especialmente se o contribuinte para isso contribuir.

Em 2016, no âmbito da maré reversiva, o Estado inverte o curso do processo, voltando a ser o maior acionista. Confesso que até hoje ainda não entendi qual foi contrapartida que motivou realmente o sócio privado a aceitar essa redução de participação e de poder.

Hoje, a TAP volta a ser notícia pelos maus resultados, não muito surpreendente dado a histórica correlação dos mesmos com a influência do Estado na empresa e, pior ainda, pela instabilidade acionista. Obviamente que se fosse apenas entre privados, lá se entenderiam com maiores ou menores estragos. Com o peso pesado do Estado no meio, vai uma aposta em como veremos uma solução CCPoC (Com Custos Para o Contribuinte)?

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