19 junho 2013

É a guerra, estúpido !

Um assunto bélico de grande actualidade é a utilização dos zângãos ,“drones”, os aviões telecomandados e com a polémica dividida em dois eixos. Por um lado, os seus tripulantes não estão presencialmente em cenário de guerra, mas sim em segurança e à distância, voltando ao lar, doce lar, no final do turno, depois de terem disparado e morto gente; por outro lado, qual a legitimidade de se poder matar assim de forma tão selectiva.

Relativamente ao primeiro ponto, também já ouvi comentários daqueles que disparam à queima-roupa à cabeça de uma adolescente à saída da escola, segundo os quais esta é uma forma covarde de fazer a guerra...!  Entendo que possa ser psicologicamente perturbador voltar para casa e a abraçar mulher e filhos umas horas depois de ter atingido mortalmente um alvo, mas será pior do que estar submerso num teatro de guerra, correndo riscos reais? Tenho dúvidas que seja pior e, sobretudo, é uma parte muito fácil de resolver. 

Quanto à selectividade e ao carácter assassino, na guerra matam-se inimigos e com meios mais convencionais aumentam os chamados danos colaterais. Achar a selectividade negativa é estranho. A haver guerra certamente que quanto mais cirúrgica melhor. Na campanha em curso até se usa o adjectivo “robot”, invocando uma certa desumanização. Ora bem o “drone” típico é apenas telecomandado, não é automático. Um míssil convencional é mais “cego” e ainda muito mais será o velhinho canhão! Não vou acreditar que a origem da campanha seja uma reacção à liderança que os Estados Unidos têm da tecnologia, mas parece. Apenas concluo que falar no problema zangão é estar ao lado do problema, o verdadeiro e estúpido problema é mesmo a guerra. É a guerra, estúpido!

Foto googleada

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