30 novembro 2024

As frentes de libertação

A tragédia  que estamos a assistir em Moçambique, tem por vilão uma entidade intitulada “frente de libertação”. Este movimento e outros análogos, protagonizaram uma luta pela emancipação de povos oprimidos, evocando projetos de liberdade e de democracia. Poucos foram, no entanto, os que a seguir cumpriram minimamente as promessas e muito especialmente quanto à democracia.

Depois de ganharam a legitimidade de representarem o povo a libertar, adotaram o princípio do “ganhamos, é nosso”. Nos casos de não ter sido possível encontrar unicidade nessa representatividade revolucionária, seguiu-se guerra civil pela primazia “libertadora”. Nestes processos houve, é certo, influencias externas cujo objetivo era basicamente que as populações “mudassem de dono”. Pode ter havido alguma precipitação nos processos de independência, mas o resultado final é muito longe de brilhante e positivo para as populações objeto dessa “libertação”.

Há uma parte disto que é história, que não podemos mudar, mas talvez aprender. A benevolência ingénua com que os “colonizadores” olharam para o que se prenunciava e, apesar disso, daí lavaram as mãos: Querem autodeterminação? Levem-na!

Hoje a discussão não é essa, mas a pobreza do governo de muitas frentes Ex libertadoras é um problema para as suas populações, para a humanidade em geral e para a Europa em particular, onde uma parte da opinião pública ainda se crê devedora de pecados passados, passíveis de expiação recolhendo massivamente as populações desfavorecidas. Não acredito ser isso a preferência deles, nem o melhor caminho para a humanidade, nem para o desenvolvimento desses países. Entretanto, continuamos a lavar as mãos face às barbaridades, não queremos ser acusados de neocolonialismo.


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