25 maio 2021

O banco, quando é mau, é para todos?


A resolução do BES em 2014 foi uma decisão brutal, sem precedentes. Para quem estava minimamente atento, parecia claro existirem por lá buracos e crateras que nunca seriam tapados no âmbito de uma atividade normal, ou seja, um calote era inevitável e alguém ficaria a arder, ou “investidores” e outros credores, ou o contribuinte. Algo inédito, também, foi a decisão de que para aquele peditório a CGD não dava e o banco acabar por cair.

O Novobanco foi criado, como o banco bom, ou seja, apenas com ativos saudáveis, supostamente tendo as crateras ficado todas no BES original. No entanto, quando vemos os milhares de milhões que para lá são chamados, parece claro que ele não era estaria assim tão bom à nascença, ou foi depois estragado. Quando ouvimos o desplante de alguns dos seus credores/caloteiros e o perfume de ligeireza, bastante malcheiroso, em torno destes milhões tresmalhados, ficamos na dúvida se a triagem entre o bom e o mau foi mesma objetiva e independente da casta dos afetados.

O banco mau nasceu mesmo igual para todos, ou a nega dada quanto à entrada do contribuinte no peditório de Ricardo Salgado e companhia, foi contornada e resolvida de outra forma, apenas para alguns? Não sei, mas parece.


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