14 outubro 2019

Os privilégios dos "desprivilegiados"


A História tem mais do que passeios em jardins floridos. Não faltam crimes, abusos e barbaridades que nos interpelam e interrogam como, por exemplo, a escravatura e a segregação racial. Mas uma coisa é reconhecê-lo e lutar contra todas as discriminações reais atuais, outra coisa é o fundamentalismo agressivo e generalizado contra os “brancos”, desclassificados logo à partida pela cor da pele (e se for homem heterossexual, a coisa agudiza-se). Não faltam exemplos e os acontecimentos de 2017 na progressista (?) universidade de Evergreen, nos USA, por um professor ter questionado o princípio de não dever vir à escola num “dia da ausência”, são uma mostra assustadora e grotesca de onde isso pode chegar. Ver documentário aqui.

A facilidade com que alguém é catalogado de racista, humilhado, silenciado e outro alguém se arroga no direito de se dispensar do mínimo de obrigações de respeito pelo seu semelhante, pela justiça e pelo rigor dos fatos, é uma forma de discriminação. Uma discriminação feia, que não fica muito atrás daquela que se pretenderia combater. Em vez de um grupo invocar uma supremacia, baseado numa suposta raça, temos outro grupo arvorando uma suposta superioridade, justificada por um estatuto de “intocável-desprivilegiado”, infinitamente credor por algo que ocorreu há seculos atrás e desmedidamente suscetível relativamente a qualquer coisa que ouça e não goste.

Não sei se poderá chamar a isto uma religião, tem semelhanças, mas não proporciona tolerância, justiça e harmonia entre todos os humanos deste planeta. Um péssimo serviço à causa fundamental.

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