15 junho 2008

É fácil dizer não…



Recordo-me de umas antigas reuniões de condomínio que corriam relativamente bem até aparecer um retardatário habitual que, ainda antes de ter ouvido bem o que se estava a discutir, afirmava com veemência: “Eu não estou de acordo!”, semeando de imediato e muito eficazmente a maior desordem na assembleia.

Há situações em que é difícil dizer publicamente “não”, mas felizmente não é o caso de nenhum país Europeu. Apesar de todos os “mas” e “senãos” e alguns excessos, a União Europeia é um processo histórico ímpar e admirável. No caso concreto de Portugal seria interessante que os eurocépticos fizessem um esforço intelectualmente honesto para imaginar o que seria hoje Portugal sem a Europa e sem o Euro. Estaríamos muito, muito mais pobres e atrasados.

Não gostei do processo “Giscardiano”, mas com o tempo tornou-se claro que era necessário fazer algo para arrumar a casa e o tratado de Lisboa parecia um bom compromisso. A Irlanda disse não e há quem fique contente com isso. Não terá dito não pelo conteúdo mas pelo “não”. E pronto: é fácil dizer não! E agora?

Aqueles, com responsabilidades, que rejubilaram com a notícia que tentem o mais difícil: definir e apresentar alternativas em vez de somente bater o pé no estilo menino mimado a dizer “eu não quero, eu não quero!”

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