Há organizações estruturadas em "V". Com liderança e hierarquia claras, estruturas alinhadas, perseguindo objetivos bem definidos, unidas com relações de confiança transparentes e sãs. Cultivam exigências a 360º, de cima para baixo, de baixo para cima e também para os lados. Movem-se como um todo, com a agilidade e a eficácia de uma águia.
Há outras organizações em "O", onde o fundamental é o círculo
estar fechado e as “retaguardas” protegidas, sendo fundamentais as fidelidades tribais
acríticas. A dinâmica é secundária, o fundamental é garantir que não haja
brechas por onde algo imprevisto possa entrar e ameaçar as ditas retaguardas. O importante é conseguirem resistir ao cerco
que a meritocracia lhes pode colocar. Movem-se de forma pouco definida, a
lembrar um caranguejo desconfiado.
Como é lógico, as águias chamarão um figo aos caranguejos. Sempre?
Não necessariamente. Quando a cultura dominante e a preferência pelo abrigo em zonas
de conforto levam à proliferação das estruturas caranguejo e à rarefação das
águias. Aliás, frequentemente, as carências de liderança fazem aparecer vários
caranguejos na mesma organização. Será certamente um meio rasteiro onde a vista
pouco alcança e que não viaja muito longe, mas… há quem se sinta melhor assim.