30 maio 2024

E/Imigrantes


Por estes dias, o nosso governo aprovou um conjunto de medidas em favor dos jovens, nomeadamente para procurar reter os qualificados cá no país e evitar o nosso empobrecimento em recursos humanos.

Ao mesmo tempo, há quem clame que devemos receber na Europa todos os que quiserem para cá vir, pela necessidade de termos mais gente a trabalhar e a criar riqueza, independentemente do que isso possa implicar de empobrecimento nos seus países de origem. Falta de coerência ou simples egoísmo/oportunismo?

Migrações sempre houve e haverá na história da humanidade e o respetivo enquadramento não se resume a uma palavra, ou duas: integração e asilo. Uma jovem afegã a quem foi vedado o acesso aos estudos não pode ser tratada da mesma forma que um quadro superior magrebino que procura melhores condições económicas. E muito menos do que um originário não importa de onde que queira simplesmente usufruir do guarda-chuva social europeu.

Não podemos fechar a porta a toda a gente, nem abrir de par em par. Devíamos estar de acordo que a prioridade das prioridades é proporcionar condições de vida digna para todos, no local onde nasceram e isso não passa obviamente por esvaziá-los dos seus recursos humanos valiosos. A Europa cometeu certamente erros no seu passado, mas que esteja condenada a uma expiação coletiva de todos dever receber como penitência, não. O erro maior está principalmente nas carências nos governos dos países de onde os emigrantes querem sair, mas pôr isso em causa pode ser classificado de ingerência e “neo-colonialismo”.

E não falei dos choques culturais de (des)integração que não são um problema menor, nem se resolvem com ignorância e ingenuidade.

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