Por estes dias, o nosso governo aprovou um conjunto de medidas em favor dos jovens, nomeadamente para procurar reter os qualificados cá no país e evitar o nosso empobrecimento em recursos humanos.
Ao mesmo tempo, há quem clame que devemos receber na Europa
todos os que quiserem para cá vir, pela necessidade de termos mais gente a
trabalhar e a criar riqueza, independentemente do que isso possa implicar de
empobrecimento nos seus países de origem. Falta de coerência ou simples egoísmo/oportunismo?
Migrações sempre houve e haverá na história da humanidade e
o respetivo enquadramento não se resume a uma palavra, ou duas: integração e
asilo. Uma jovem afegã a quem foi vedado o acesso aos estudos não pode ser
tratada da mesma forma que um quadro superior magrebino que procura melhores
condições económicas. E muito menos do que um originário não importa de onde
que queira simplesmente usufruir do guarda-chuva social europeu.
Não podemos fechar a porta a toda a gente, nem abrir de par
em par. Devíamos estar de acordo que a prioridade das prioridades é
proporcionar condições de vida digna para todos, no local onde nasceram e isso
não passa obviamente por esvaziá-los dos seus recursos humanos valiosos. A
Europa cometeu certamente erros no seu passado, mas que esteja condenada a uma
expiação coletiva de todos dever receber como penitência, não. O erro maior
está principalmente nas carências nos governos dos países de onde os emigrantes
querem sair, mas pôr isso em causa pode ser classificado de ingerência e
“neo-colonialismo”.
E não falei dos choques culturais de (des)integração que não
são um problema menor, nem se resolvem com ignorância e ingenuidade.
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