Pelo princípio, o salário deveria ser uma retribuição justa
pelo valor criado por um trabalhador. Na prática a coisa complica-se, dado não ser
evidente individualizar a contribuição de cada um e existindo mercado tanto do
lado do trabalho, excesso ou falta de profissionais qualificados, como do lado
do produto/serviço criado. Se, exagerando, não se consegue um profissional por
menos de 10000 Euros/mês e a atividade gera apenas 5000, não funciona; se,
contas feitas, descobre-se não ser possível pagar mais do que 50 Euros/mês,
algo está errado na estrutura da empresa ou no seu posicionamento no mercado.
Ambos os casos são inviáveis.
Esta introdução tem a ver com a questão do salário mínimo.
Confesso que me surpreendo ao ver a quantidade de gente nesse nível. Enorme.
Por coincidência, haverá assim tantas atividades e postos para os quais o SM é mesmo
o justo e possível valor? Ou será apenas que, por excesso de oferta, os
“empresários” pagam o mínimo… apenas porque não podem pagar ainda menos? Em
ambos os casos algo está mal.
Obviamente que aumentar o salário mínimo à bruta tem
implicações importantes que podem inviabilizar muitas empresas, mas a tendência
de aumento do salário mínimo tem algo de positivo. É essencial que as empresas se
procurem equipar e estruturar de forma a permitir contributos diferentes e
crescentes dos seus colaboradores e também é importante que aqueles que pagam o
mínimo pelo mínimo, evoluam…
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