09 abril 2021

Jorge Coelho, uma reflexão

Para mim e certamente para muitos a memória de Jorge Coelho ficará marcada principalmente por dois episódios. A demissão imediata após a tragédia de Entre-os-Rios e o recado do “Quem se mete com o PS, leva!”. Por trás destas duas atitudes, aparentemente díspares de virtude, existiria uma coerência, a frontalidade. Com Jorge Coelho, sabia-se ao que ele vinha, com o positivo e o negativo, mas de forma assumida.

Ouvimos hoje os elogios fúnebres fraternos daqueles para quem um ministro não é responsável por nada (de negativo; para positivo já é mérito), daqueles para quem “no limite …” a coisa pode nem sequer ter acontecido, ou pelo menos numa forma que lhes seja imputável, para quem a hipocrisia é tão natural como a respiração. Esta diferença faz evidenciar a degradação da qualidade humana dos atuais, digamos, responsáveis.


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