Vamos imaginar que estava em funções um governo de Passos Coelho ou parecido e um Presidente da República Jorge Sampaio ou parecido. Vamos imaginar que nestes tempos de pandemia sanitária e social o Parlamento aprovava uma lei alargando apoios sociais temporários, aumentando a despesa pública, numa escala aparentemente gerível, e correspondendo a uma necessidade social efetiva e justa. O PR aprovava a lei e o Governo contestava, invocando a não constitucionalidade formal do processo. O mesmo governo que está a enterrar milhares de milhões numa TAP.
Vamos supor que o Governo era de direita e o PR de esquerda.
Vai uma aposta em que os mesmos que hoje rasgam as vestes pelo cumprimento
rigoroso da Constituição, estariam a rasgar as vestes contra a insensibilidade
social dos “neo-liberais”? Vai uma aposta? Como, em vez de se julgar pelo
fundamento, razoabilidade e justiça num sentido lato, tomam-se posições
simplesmente pelo alinhamento tribal? Depois, estranhem que deixe de haver
pachorra para aturar “os do costume”.
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